Cuidadoras são suspeitas de furtar quase R$ 1,5 milhão de idoso em Juiz de Fora


Possível vítima de maus-tratos, de 62 anos, morreu de infecção generalizada após dar entrada em hospital com estado de saúde degradante, que incluía feridas no corpo e magreza. Sobrinhas denunciaram o caso à Polícia Civil, que abriu inquérito. Duas cuidadoras são suspeitas de furtar, em um período de quatro anos, quase R$ 1,5 milhão da conta bancária de um idoso em Juiz de Fora, que estava sob os cuidados delas. O caso está sendo apurado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Pessoa Idosa.
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O idoso de 62 anos morreu por infecção generalizada na última sexta-feira (4) em um hospital público, após perder a assistência do plano de saúde por falta de pagamento (entenda mais abaixo). Segundo o delegado responsável pelo caso, Rodolfo Rolli, além do furto, as suspeitas teriam deixado a vítima em um ambiente sujo e sem alimentação adequada.
No inquérito, também serão ouvidos um taxista e um pai de santo que prestavam serviços à vítima. O delegado quer saber se eles sabiam da situação de exploração do idoso pelas cuidadoras.
Os nomes das investigadas não foram informados pela Polícia Civil (PC), por isso, o g1 não conseguiu identificar as defesas.
O caso foi levado à polícia na segunda-feira (7) por duas sobrinhas dele. As mulheres são representantes legais da vítima desde maio passado, quando conseguiram na Justiça a curatela provisória, após o idoso que já sofria com alcoolismo e problemas psiquiátricos com transtorno delirante persistente ser diagnosticado com a doença de Parkinson.
Saques da conta do idoso eram feitos desde 2021, diz delegado
O idoso morava sozinho no Bairro Morro da Glória, região central de Juiz de Fora, e contratou as cuidadoras em 2021.
Desde então, segundo Rolli, uma delas retirou o total de R$ 900 mil da conta dele. Entre os bens adquiridos com o dinheiro do idoso está um carro zero km. Já a outra cuidadora, ainda segundo a investigação, furtou aproximadamente R$ 500 mil.
Uma terceira cuidadora foi quem teria desconfiados dos furtos e alertado as sobrinhas do idoso. No depoimento ao delegado Rodrigo Rolli na quinta-feira (10) ela contou que também tinha acesso aos cartões bancários da vítima.
“As transações eram feitas online e, provavelmente, as suspeitas se aproveitavam do estado de saúde da vítima para cometer os furtos. Essa cuidadora que já foi ouvida nós vamos investigar se ela participou direta ou indiretamente do furto, ou nem participou de nada. Ela esclareceu que os saques feitos por ela não chegaram a R$ 3 mil porque ela só tirava para pagar as contas”, explicou Rolli.
Idoso tinha renda alta de aposentadoria, mas ficou sem plano de saúde
O idoso era servidor público estadual aposentado e tinha uma renda mensal de cerca de R$ 30 mil, e segundo a PC, teve o pagamento suspenso há alguns meses por não conseguir realizar prova de vida.
“Por causa das retiradas de dinheiro da conta bancária dele, que ficou praticamente zerada, o plano de saúde ficou sem pagamento e acabou cancelado, mas ele só descobriu isso quando deu entrada no hospital particular e teve que ser transferido para a unidade pública”, explicou Rodolfo Rolli.
Estado de saúde degradante, segundo a família
Conforme informações das sobrinhas da vítima ao delegado, o estado de saúde do idoso era degradante, com feridas no corpo e muito magro. Além disso, a casa onde vivia estava suja com urina e fezes no chão.
“Nós vamos investigar se essas cuidadoras davam bebida com remédio para acelerar o Parkinson, vamos ver porque o gerente da conta não se atentou ao número de transferências diárias realizadas e os valores altos, quem eram as outras pessoas próximas do idoso e elucidar todos os fatos”, finalizou o delegado.
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