
Comitê de empresários para tratar de saídas para a crise deve ser criado nesta segunda-feira (14). Decreto regulamentando reciprocidade deve ser publicado até terça-feira (15). Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente dos EUA, Donald Trump.
AFP/Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, na noite deste domingo (13), ministros e o presidente do Banco Central, no Palácio da Alvorada, residência oficial, para discutir os próximos passos que o governo deve dar em relação ao tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos.
Entre os assuntos que foram discutidos, está a criação de um comitê de empresários para tratar de saídas para a crise. De acordo com apurado pelo blog do Valdo Cruz, Lula quer mostrar que o tarifaço é um problema do país e não só do governo e que, por isso, todos devem se unir para proteger a economia brasileira, independentemente de suas preferências partidárias.
A reunião contou com a presença das seguintes autoridades:
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços;
Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
Carlos Favaro, ministro da Agricultura;
Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais;
Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central;
Jaques Wagner, líder do governo no Senado Federal;
Maria Laura, secretária-geral do ministério das Relações Exteriores;
Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil.
Ministro Barroso se manifesta sobre tarifaço
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso publicou neste domingo (13) uma carta pública em defesa da democracia e disse que que diferentes visões de mundo “não dão direito a ninguém de torcer a verdade”.
“As diferentes visões de mundo nas sociedades abertas e democráticas fazem parte da vida e é bom que seja assim. Mas não dão a ninguém o direito de torcer a verdade ou negar fatos concretos que todos viram e viveram”, afirmou Barroso.
O ministro ainda chamou os argumentos do governo americano para o tarifaço de “compreensão imprecisa” dos fatos ocorridos nos últimos anos.
“Em 9 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos”, afirmou Barroso.
Decreto de reciprocidade
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou, também neste domingo, que governo vai editar, até terça-feira (15), o decreto que regulamenta a lei da reciprocidade, que permite ao Brasil responder à tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Alckmin disse, entretanto, que o governo ainda trabalha para reverter a tarifa, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.
“Entendemos que a taxação é inadequada e não se justifica”, afirmou o vice-presidente durante inauguração de viaduto em Francisco Morato, na Grande São Paulo.