Homem morre ao inalar monóxido de carbono durante manutenção de carro na Bahia

IML de Salvador
Foto: Felipe Costa/TV Bahia

Um homem de 37 anos foi encontrado morto dentro da casa onde morava no bairro de Sete de Abril, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, informações preliminares apontam que a ele inalou monóxido de carbono, enquanto realizava manutenção em um carro.

O caso aconteceu no sábado (12) e foi confirmado pela polícia nesta terça-feira (15). O homem foi identificado como Cleber da Silva Souza, de 37 anos.

A suspeita é de que a substância tenha causado uma intoxicação. No entanto, as circunstâncias da morte de Cleber ainda são investigadas pela 10ª Delegacia Territorial (DT/Pau da Lima), com o auxílio de perícias realizadas pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Como esse gás não tem cheiro nem cor, as vítimas não percebem caso haja um vazamento.

Como o monóxido de carbono age?

  • De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio dos nossos pulmões para todo o organismo) presente no sangue.
  • Isso dificulta a circulação e distribuição do oxigênio – essencial para vida humana – no corpo, o que pode levar à morte por asfixia.

Por que respirar o gás traz riscos?

O monóxido de carbono, também conhecido como CO, é um gás invisível e sem cheiro que, se inalado, pode causar problemas de saúde ou até mesmo causar a morte de forma repentina.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos explica que, quando inalamos o monóxido de carbono, o gás “toma o lugar” do oxigênio no nosso sangue.

Isso acontece porque a hemoglobina se liga ao monóxido de carbono cerca de 200 a 300 vezes mais do que ao oxigênio, formando a carboxiemoglobina e impedindo a ligação do oxigênio à hemoglobina.

Consequentemente, isso faz com que nossos órgãos fiquem privados de oxigênio, fundamental para a vida. Não tendo oxigênio, as células do nosso corpo não produzem energia e morrem.

Onde o gás é encontrado?

O monóxido de carbono está presente nas emissões de combustão, como as produzidas por carros, caminhões, motores a gasolina, fogões, lanternas, madeira e carvão queimados, fogões a gás e sistemas de aquecimento.

Ainda de acordo com o CDC, o gás também pode se acumular em espaços fechados ou parcialmente fechados, causando intoxicação em pessoas e animais que o respiram.

Quais os sintomas da intoxicação por monóxido de carbono?

Os sintomas da intoxicação são variáveis. Geralmente, o quadro começa com sintomas de cansaço, moleza, depois vai evoluindo para uma sonolência, torpor e, caso a pessoa não seja socorrida, pode evoluir para um quadro de coma e morte.

Em resumo, os sintomas mais comuns de envenenamento por monóxido de carbono são os seguintes:

  • Dores de cabeça;
  • Tontura;
  • Fraqueza;
  • Dores abdominais e vômitos;
  • Dor no peito; e
  • Confusão mental.

O problema é que, na maioria das vezes, as vítimas não percebem que estão sob efeito do monóxido de carbono justamente porque o gás não tem cheiro nem cor.

Como evitar acidentes?

Aquecedores a combustível podem vazar monóxido de carbono caso estejam mal posicionados ou sem manutenção. Confinado em um ambiente fechado ou sem janelas, o gás mata em minutos.

Há também outros aparelhos que podem causar mortes pela inalação do CO, como geradores de energia e churrasqueiras. Por isso, o CDC dá também algumas dicas para evitar a intoxicação:

  • Aquecedores ou qualquer outro aparelho doméstico movido a gás, óleo ou carvão devem passar por vistoria técnica ao menos uma vez por ano;
  • Jamais deixe ligado um carro ou outro veículo na garagem, mesmo que haja uma porta aberta;
  • Nunca use um fogão para aquecer a casa;
  • Mantenha geradores e máquinas de lava a jato a ao menos seis metros de uma janela ou porta;
  • Instale detectores em casa, dispositivos geralmente pequenos e que funcionam com pilhas ou baterias;
  • Deixe o local imediatamente e procure os serviços de emergência caso sinta tonturas, dores e suspeite de vazamento de monóxido de carbono.

Fonte: Portal g1 Bahia

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