Os órgãos governamentais brasileiros devem buscar cada vez mais a inteligência artificial (IA) para impulsionar a produtividade nos próximos três anos. É o que mostra uma nova pesquisa da Economist Impact, patrocinada pelo SAS, que analisa as oportunidades e obstáculos da aplicação de tecnologia no aumento da produtividade do setor público.
O levantamento aponta que 70% dos funcionários públicos entrevistados – valor acima da média global de 52,3% – antecipam um impacto significativo ou crítico da IA e acreditam que a ferramenta deva aumentar a produtividade na maioria ou em todas as áreas de suas organizações.
Esse otimismo é alimentado por um forte foco na tomada de decisões baseada em dados, identificada por 52% dos entrevistados como o tópico com maior potencial para ganhos de produtividade impulsionados por IA. Atualmente, análise de dados e análises preditivas são os principais casos de uso de IA explorados no setor público no Brasil (58%), seguidos por segurança cibernética e prevenção a fraudes (46%), em linha com os dados globais. A melhoria da segurança de dados também é uma prioridade, com 52% dos entrevistados citando-a como um resultado pretendido da adoção de tecnologias digitais.
Os resultados globais da pesquisa estão compilados no relatório “Reimagining the future of public sector productivity” (Reimaginando o futuro da produtividade do setor público, em português) e mostram que, no mundo todo, para que a produtividade do governo floresça, a cultura e a tecnologia devem ser priorizadas.
Porém, o Brasil ainda está nos estágios iniciais de implementação das tecnologias relacionadas. Quando se trata de investir em transformação digital — o que inclui automação, análise de dados e governo eletrônico — apenas 24% das organizações implementaram amplamente tais iniciativas. No entanto, uma parcela significativa (22%) planeja implementar essas estratégias no próximo ano, e outros 50% já iniciaram a implementação parcial.
“Os números indicam um reconhecimento crescente da necessidade de transformação digital e uma disposição para investir na tecnologia e no treinamento necessários para apoiar a adoção da IA em órgãos governamentais brasileiros”, observa André Novo, Country Manager do SAS Brasil. “Entendemos que a tecnologia por si só não resulta automaticamente em um ganho de produtividade nos governos. Porém, se aliadas a uma cultura flexível que se adapta a inovações, as melhorias incrementais na produtividade ao longo do tempo farão uma enorme diferença, convertendo-se em benefícios aos cidadãos”, completa.
A escassez de investimentos em treinamentos tecnológicos eficazes ainda é uma preocupação significativa para os órgãos brasileiros entrevistados. Os dados nacionais superam consideravelmente a média global: 74% dos brasileiros classificam a questão como uma preocupação grande ou crítica, em contraste com 47,5% globalmente. A falta de profissionais qualificados no mercado, outro fator que impacta a adoção de tecnologias, também é vista com maior preocupação no Brasil. Enquanto a média mundial é de 41,5%, 68% dos brasileiros consideram esse obstáculo importante ou crítico. Além disso, os brasileiros demonstram maior preocupação com vieses e alucinações da IA: 36% veem isso como uma barreira significativa para a adoção da tecnologia, comparado a uma média global de 19,8%.
A pesquisa Reinventando o Futuro da Produtividade do Setor Público foi feita globalmente pela Economist Impact com mais de 1.550 funcionários do setor público em 26 países nas Américas, Europa, Ásia-Pacífico e Oriente Médio, incluindo o Brasil.