O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, que representa cerca de 300 mil trabalhadores, segue em campanha por reajuste de 10% em 2025. A expectativa é de um aumento real no salário de 5%, uma vez que metade desse percentual é para garantir o poder de compra diante da inflação.
No entanto, até agora não houve acordo com nenhum dos segmentos onde os comerciários atuam como de supermercados, shoppings, funerárias, lojas de material de construção e autopeças. “Todo ano é a mesma choradeira. Eles dizem que os lucros vieram abaixo do esperado, que a inflação foi uma surpresa”, disse ao Brasil de Fato, o presidente do Sindicato, Márcio Ayer.
Dados divulgados pelos próprios supermercadistas atestam uma lucratividade recorde. Dados da Associação Brasileira de Supermercadistas (Abras) informam que o setor faturou R$ 1,067 trilhões em 2024, o que representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Mais demandas
Além do aumento de salário, diz Márcio Ayer, as reivindicações passam pela redução da escala 6×1 para 5×2, com 40 horas semanais trabalhadas. Isso inclui redução das horas trabalhadas aos domingos e maior compensação salarial. Enquanto os trabalhadores lojistas recebem em dobro quando trabalham aos feriados e um adicional de apenas 50% aos domingos. No caso dos trabalhadores de supermercados, não há adicional. “O que é um grande absurdo. Há 10 anos que a gente vem reivindicando essa condição e todo ano é sempre uma grande negativa”, diz.
Ampliar os dias para poder levar os filhos ao médico sem ter o salário descontado também é uma reivindicação. Essa solicitação pode ser feita duas vezes a cada semestre e apenas uma em caso de emergência. A proposta do Sindicato é ampliar para quatro dias por semestre e aumentar de 8 para 12 anos o limite da idade dos filhos para que a permissão seja dada. A longa jornada de trabalho no comércio tem sido um fator de dificuldade de contratação.
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