Vídeo mostra servidor público batendo ponto em prefeitura de chinelo e bermuda, e indo embora cerca de um minuto depois, no Paraná


Câmera mostra servidor indo a prefeitura só para bater ponto, e ir embora sem trabalhar
Câmeras de segurança mostram Luciano Gaspar Daru, servidor concursado da prefeitura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, indo ao local em um dia útil, vestindo camiseta, bermuda e chinelo, só para bater o ponto.
Nas imagens, é possível ver que ele entra pelos fundos, fica um minuto e 15 segundos no prédio e sai. Uma câmera externa ainda mostra a movimentação dele no estacionamento, mostrando que ele foi embora sem trabalhar. Veja acima.
O homem tem 56 anos e foi indiciado pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR), que descobriu que ele cometeu a fraude ao longo de dois anos.
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Segundo o delegado Derick Moura Jorge, o vídeo é do dia 14 de março de 2025, uma sexta-feira. O policial afirma que Luciano confessou, em interrogatório, que fez isso por diversas vezes entre agosto de 2023 e junho de 2025.
Um dos pontos que chamaram a atenção de colegas e motivou a investigação foi justamente as roupas que ele usava ao circular no prédio. Saiba mais abaixo.
A investigação estima que o servidor recebeu pelo menos R$ 33 mil sem, efetivamente, trabalhar.
“O servidor continuou recebendo sua remuneração integral durante todo o período em que não exerceu suas funções, configurando prejuízo direto aos cofres públicos municipais”, afirma o delegado.
Luciano foi demitido por justa causa e indiciado pelo crime de inserir dados falsos em sistemas informatizados da administração pública, com fim de obter vantagem indevida. A pena prevista é de 2 a 12 anos de prisão, mais multa.
A defesa dele afirma que só vai se manifestar no processo.
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Concursado desde 1998
Homem recebia mais de R$ 2,3 mil de salário bruto
Reprodução/RPC
O portal da prefeitura aponta que Luciano era concursado havia 26 anos, e recebia mais de R$ 2,3 mil de salário bruto. Ele era técnico administrativo na Secretaria Municipal de Fazenda desde 2023, e o horário de trabalho dele ia do meio-dia às 18h.
As investigações apontam que, quando cometia as fraudes, o servidor ia à prefeitura no início da tarde, registrava o ponto, ia embora, e voltava no fim do dia, para registrar a falsa saída.
No entanto, as roupas que ele usava para bater o ponto e as faltas recorrentes começaram a chamar a atenção de colegas. Em 2024, a prefeitura abriu uma investigação interna contra o servidor e, em 2025, repassou o caso à Polícia Civil.
Segundo o delegado, o servidor foi afastado das funções assim que a irregularidade foi descoberta. O portal da prefeitura mostra que Luciano foi desligado, definitivamente, em junho de 2025.
O inquérito foi concluído nesta terça-feira (15) e encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que agora avalia se oficializa, ou não, denúncia criminal contra o homem.
Homem foi servidor público por quase 27 anos
Reprodução/RPC
O que a prefeitura fez
O delegado responsável pelo inquérito destaca que a investigação contou com apoio da prefeitura, que “adotou as medidas cabíveis visando o afastamento do servidor e a instauração de procedimento administrativo visando a sua demissão por justa causa, bem como o ressarcimento do prejuízo por este causado aos cofres públicos”.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o Procurador Geral Municipal de Ponta Grossa, Gustavo Schemim da Matta, disse que a prefeitura expediu duas advertências para o servidor e, na terceira, abriu a sindicância – que resultou em demissão por justa causa.
Questionado sobre o tempo que o processo levou, considerando que a fraude iniciou em 2023 e ele só foi demitido quase dois anos depois, o procurador alegou que os processos burocráticos do poder público são mais demorados do que em empresas particulares.
Servidor municipal é indiciado por registrar ponto e não trabalhar em Ponta Grossa
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