O Governo de Minas Gerais anunciou o lançamento do Plano Estadual Agrícola de Florestas Plantadas (PEAF), uma iniciativa estratégica voltada para fortalecer o setor de florestas cultivadas, que já se configura como a maior cultura agrícola do estado. A proposta busca organizar, qualificar e impulsionar uma cadeia produtiva que envolve desde pequenos produtores até grandes agroindústrias, com foco na bioeconomia e na sustentabilidade.
“A Secretaria de Agricultura lançou recentemente o Plano Estadual Agrícola de Florestas Plantadas, que a gente chama de PEAF. É um plano estratégico que visa promover esse setor tão importante para Minas Gerais. E para vocês terem a ideia dessa importância, ele representa hoje a maior cultura agrícola de Minas”, afirmou Taiana Arriel, engenheira florestal e superintendente de fomento florestal da Secretaria de Agricultura, em entrevista nesta segunda-feira, 14.
Minas Gerais possui mais de 2,3 milhões de hectares de florestas plantadas em 811 municípios, especialmente de eucalipto, utilizado na produção de madeira, carvão e celulose. “Tá presente na vida do mineiro. Em quase todos os municípios tem um plantio florestal, um plantio de eucalipto, que serve para produzir madeira”, explicou.
DIRETRIZES DO PEAF
O plano pretende integrar esforços do setor público, iniciativa privada e sociedade civil para impulsionar o setor. Entre as metas, estão a desburocratização, estímulo à inovação, valorização da produção legal e promoção de novos negócios. “O plano, ele é uma política pública, né? E como toda política pública, ele visa balizar esforços entre o setor privado, a sociedade civil e também o governo para organizar melhor essa cadeia”, afirmou Taiana.
“Busca organizar através de capacitação, de tecnologia, junto à academia também, que é um braço muito importante desse setor. É manter Minas Gerais com essa liderança no agro”, completou.
Mais de 60% da madeira utilizada pela agroindústria florestal mineira é produzida por pequenos e médios produtores. Segundo Taiana, o setor é altamente integrado e depende dessa produção descentralizada para abastecer indústrias de carvão vegetal, madeira tratada e celulose. “A indústria hoje que faz o carvão, que faz a madeira tratada, que faz a celulose, ela depende também dos pequenos e médios, porque são maciços espalhados em Minas inteira”, disse.

DIVERSIDADE DE PRODUTOS E EXPANSÃO
A madeira oriunda das florestas plantadas tem diversos usos, como na produção de celulose. “Todo papel hoje brasileiro vem de plantios comerciais sustentáveis de madeira”, disse a engenheira.
O governo estadual tem priorizado o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha para expansão do plantio florestal. Nessas áreas, há demanda crescente da indústria e grande disponibilidade de áreas degradadas para recuperação produtiva. “Existe uma demanda crescente por madeira de várias esferas do setor florestal. Então lá, por exemplo, a indústria tá procurando pessoas para plantar. A gente ainda tem muita área degradada para se recuperar. Então, o eucalipto se mostra muito apto para recuperar essas áreas e ainda gerar renda, gerar riqueza e produzir madeira”, explicou Taiana.
SELO VERDE PARA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL
O PEAF também prevê a criação de um Selo Verde para identificar práticas sustentáveis e facilitar o acesso a mercados mais exigentes, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente. “O setor florestal legal já faz todas essas práticas que o tornam verde, que tornam merecedor de um selo”, afirmou Taiana. “Identificar essas práticas, identificar onde estão, quem tá produzindo e valorizar isso de alguma forma”, complementou.
O setor de florestas plantadas tem atraído investidores nacionais e estrangeiros, impulsionados por oportunidades ligadas à pauta ESG, como a geração de créditos de carbono.
“Hoje, por exemplo, tem muito investidor que fala: ‘Olha, eu quero ter crédito de carbono, eu quero fazer uma compensação, eu vou auxiliar, eu vou dar recurso’”, contou. “O empreendimento florestal pode ser de vários tamanhos. Desde um pequeno produtor que pode ter uma serraria, até plantas de celulose que custam milhões”, finalizou a superintendente.
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