O catador de recicláveis Adilson dos Santos, de 51 anos, falou sobre o ter sido vítima de um atropelamento intencional em Campinho da Serra II, na Serra, enquanto trabalhava acompanhado da filha de 9 anos na última semana. Ele ficou cinco dias internado.
Segundo a polícia, no último dia 8, Antônio Vituriana, de 53 anos, atropelou Adilson intencionalmente e foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Ele fez teste do bafômetro, que deu negativo.
O catador foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital Jayme dos Santos Neves, onde passou cinco dias internado, sendo dois na UTI.
Ele disse que a sua maior preocupação foi com a filha, Milena, que estava junto no momento do atropelamento.
Eu olhei para os lados e pensei logo na minha filha. Na hora que ela viu o carro vindo, pulou no mato. E eu não vi.
Segundo Adilson, o homem que o atropelou teria agido por inveja porque queria ser o único a trabalhar no bairro. Ele relatou que é comum moradores da região ligarem para ele para buscar objetos e levá-los a ferro-velho. “Ele ficou com inveja e fez essa covardia comigo”, disse.
Adilson cuida dos cinco filhos sozinho e da mãe dele, Eni, de 73 anos. A idosa é comerciante e possui um carrinho na porta de casa que usa para as vendas. “Sou mãe de 10 filhos e ele é o meu primeiro. Eu nunca perdi nenhum e moram todos no meu coração. Ele é uma benção de Deus, ganhou uma vida nova”, comentou ela.
Antônio segue preso e responde por tentativa de homicídio qualificado. A defesa dele não foi localizada. Adilson afirmou que sente medo de que o suspeito seja solto e volte a cometer outro atentado contra ele.
“O problema é ele voltar em cima da gente e fazer covardia de novo. Eu não vou fazer covardia com ninguém”, afirmou o catador.
Veja a entrevista com Adilson:
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record
