
Polícia indicia motorista e outras três pessoas após morte de fazendeira
O motorista de uma fazendeira de 82 anos foi indiciado por simular um relacionamento com ela para tentar ficar com a herança dela, segundo a Polícia Civil. De acordo com as investigações, ele montou uma rede com um médico, um dentista e uma advogada para cometer o crime. Segundo o delegado Alex Rodrigues, responsável pelo caso, a ação do grupo levou a vítima, Maria Guiomar Leão à morte. O caso foi divulgado com exclusividade pela TV Anhanguera.
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“A investigação revelou uma associação criminosa que atuou de forma coordenada para se apropriar do patrimônio da vítima, chegando ao extremo de contribuir para sua morte por meio de negligência médica deliberada”, afirmou ao g1.
O g1 não conseguiu localizar a defesa dos envolvidos até a última atualização dessa reportagem.
De acordo com a TV Anhanguera, a idosa tinha um patrimônio estimado em R$ 60 milhões, envolvendo uma fazenda na cidade de Edéia, no sul de Goiás, entre outros imóveis e valores em contas bancárias.
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Segundo Cristina Leão, sobrinha da vítima, o motorista começou a trabalhar para a idosa após uma viagem dela ao exterior — de acordo com a polícia, em 2014 — e, quando a mulher se distanciou da família durante a pandemia, o suspeito se aproximou ainda mais da vítima.
“Chegou a pandemia, ela se isolou em casa e, com isso, nós acreditamos que ele foi se apossando mais ainda da confiança e dos bens dela”, afirmou à TV Anhanguera.
Segundo o delegado Alex Rodrigues, o suspeito começou a ter ainda mais liberdade e acesso aos bens da vítima conforme essa confiança aumentava.
“Ele começou a ter mais liberdade e mais acesso aos bens da vítima. Ele se valeu dessa situação e teve acesso a cheques assinados pela vítima, mas sem valores preenchidos para pagar contas, cartões bancários”, pontuou.
Segundo a polícia, o grupo agiu de forma coordenada, tendo o motorista como o principal articulador. A PC informou que eles tinham o objetivo de isolar a idosa da família para facilitar a apropriação de bens, desviar os valores da idosa com cheques em branco e transferências bancárias.
Ainda de acordo com a corporação, parte dos envolvidos negligenciou os cuidados médicos à mulher quando ela precisou retirar todos os dentes para acelerar a morte da vítima, que ocorreu em 2023. Os suspeitos também são investigados por forjar a união estável após a morte para tentar legitimar a apropriação da herança pelo motorista e excluir os herdeiros verdadeiros dela do processo.
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De acordo com o irmão da vítima, Ernesto Leão, a família acredita que o suspeito também tenha sido responsável por afastar a família da idosa.
“Ele que fez a gente afastar. Daí para frente, acho que ele não deixava ela atender o telefone mais, [porque] era ele quem atendia”, declarou.
Morte da vítima
Segundo a família, após a morte da vítima, o motorista procurou os parentes da mulher alegando que queria ter direito a uma parte da herança.
“Ele queria ser o inventariante, ficar com a metade dos bens e, se a gente não aceitasse, ele iria entrar com um processo de união estável. Foi quando nós questionamos, porque isso nunca existiu”, afirmou Cristina.
A família afirmou que o suspeito deu entrada no processo de inventário e união estável com a vítima. De acordo com apuração da TV Anhanguera, ele chegou a contratar uma advogada e conseguiu testemunhas para sustentar a história que a polícia afirma não ter existido.
“Se descobriu que ele manteve, por longos anos, uma relação de namoro com uma determinada pessoa em uma cidade aqui do interior de Goiás e ele presenteou essa ex-namorada com vários presentes”, declarou o delegado.
Segundo a polícia, o inquérito que investiga os suspeitos foi concluído e eles foram indiciados e respondem em liberdade pelos seguintes crimes:
Motorista (principal articulador):
Homicídio doloso;
Estelionato qualificado;
Falsidade ideológica;
Apropriação indevida;
Furto qualificado;
Fraude processual.
Médico:
Homicídio doloso;
Falsidade ideológica;
Estelionato tentado.
Dentista:
Falsidade ideológica;
Estelionato tentado;
Fraude processual tentada.
Advogada:
Falsidade ideológica;
Estelionato tentado.
Maria Guiomar foi vítima do suspeito que tentou ficar com parte de sua herança, segunda a polícia
Reprodução/TV Anhanguera
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