75% das empresas no Brasil acreditam que o regime flexível garante retenção

A consolidação do modelo híbrido no ambiente corporativo avança no Brasil. Após as transformações provocadas pela pandemia da COVID-19, a flexibilidade no local de trabalho se tornou uma expectativa comum entre profissionais. Segundo o relatório global “Navegando por Estratégias de Trabalho Híbrido em Ambientes de Trabalho em Evolução”, da Cisco, 75% das empresas brasileiras acreditam que o modelo híbrido é fundamental para reter talentos — um pouco abaixo da média global, que alcança 80%.

O estudo destaca que 64% das empresas no Brasil já percebem aumento nas taxas de retenção como resultado direto da adoção do modelo híbrido. Globalmente, esse número é de 69%. O cenário indica que profissionais altamente qualificados esperam maior autonomia sobre onde e como trabalham.

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“A flexibilidade não significa trabalho remoto em tempo integral, mas sim a adaptação às necessidades individuais. O estudo mostra que a flexibilidade impulsiona a performance dos melhores talentos”, afirma Fran Katsoudas, EVP e Chief People, Policy & Purpose Officer da Cisco.

Descompasso entre líderes e equipes

Apesar da adoção crescente, o levantamento evidencia um descompasso entre a percepção de líderes e colaboradores. No Brasil, 80% das empresas afirmam que suas políticas híbridas foram bem recebidas internamente — mas apenas 63% dos funcionários compartilham dessa visão. Em termos de experiência de trabalho unificada, 63% das empresas e 53% dos profissionais consideram que suas organizações oferecem consistência nos diferentes ambientes. A média global é de 59% e 46%, respectivamente.

Seis tendências globais sobre o futuro do trabalho

O relatório traz ainda seis insights globais que devem orientar líderes na definição de políticas híbridas mais eficazes:

  • Confiança e produtividade: 77% dos colaboradores acreditam que exigências rígidas de retorno ao escritório decorrem da falta de confiança. Apenas 39% veem ganho real de produtividade nesse formato. Por outro lado, 92% reconhecem o valor das interações presenciais.
  • Atividades de impacto: Enquanto empresas ponderam custos com imóveis, colaboradores apontam despesas com deslocamento. A solução está em encontros pontuais e estratégicos, como sessões de mentoria e integração cultural.
  • Ouvir os melhores talentos: Entre os profissionais de alto desempenho, 78% cogitam deixar a empresa caso não haja flexibilidade. Embora apenas 34% prefiram o escritório, 85% acreditam que ele favorece o avanço na carreira.
  • Choque geracional: A Geração Z é mais favorável ao trabalho remoto (48%), enquanto os boomers preferem o escritório (40%). Políticas flexíveis e individualizadas ajudam a equilibrar essas diferenças.
  • Tecnologia como pilar: Embora 90% dos profissionais reconheçam valor em ferramentas de colaboração, apenas 32% das empresas investem em soluções robustas. O uso de IA, redes seguras e plataformas integradas é visto como diferencial competitivo.
  • Liderança e comunicação: Apenas 36% dos funcionários sentem clareza nas diretrizes de retorno ao trabalho presencial. Para a Cisco, líderes devem promover diálogos abertos sobre a melhor forma de trabalhar em equipe, estabelecendo objetivos claros e acordos transparentes.

Com essas diretrizes, o estudo da Cisco reforça que o trabalho híbrido é mais do que uma tendência — é uma exigência estratégica para atrair, engajar e reter talentos em um cenário de transformação contínua.

O estudo foi realizado com 21.513 empregadores e funcionários de diversos setores em 21 diferentes mercados, incluindo o Brasil. Confira a pesquisa completa da Cisco neste link.

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