
Polícia de Piracicaba prende suspeitos de assassinar casal de empresários em São Pedro
Os sete presos suspeitos de envolvimento na execução de um casal de empresários em São Pedro (SP), em abril deste ano, tiveram diferentes participações no crime, segundo a Polícia Civil. A motivação, de acordo com as investigações, seria uma promessa de recompensa milionária.
As investigações apontam que eles se dividem entre mandantes, executores e fornecedores da arma utilizada.
Também conforme as apurações, o duplo homicídio foi cometido pelo interesse dos mandantes no patrimônio milionário das vítimas, José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, que eram moradores de Araraquara (SP).
📲 Participe do canal do WhatsApp do g1 Piracicaba
As prisões dos últimos suspeitos foram realizadas nesta quinta-feira (17) pela Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP), responsável pelo caso.
A seguir, entenda qual foi a participação de cada investigado, segundo as investigações policiais até o momento. A delegada da Deic, Juliana Ricci destacou, nesta quinta-feira, que ainda vai concluir o detalhamento da conduta de cada um.
Hércules Barroso e Fernanda Teixeira
Casal de advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso, suspeitos de envolvimento na morte de casal em São Pedro
Reprodução/Redes Sociais
Quem são: Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira eram advogados das vítimas há mais de 10 anos, segundo informações de familiares.
Participações no crime: Segundo as investigações, os advogados foram os mandantes do crime, e tinha como objetivo ficar com o patrimônio das vítimas. De acordo com a polícia, os advogados falsificaram documentos para enganar as vítimas e conseguir se apropriar de cerca de R$ 12 milhões em imóveis e mais de R$ 2,8 milhões em pagamentos de custos processuais inexistentes.
O que diz a defesa: Advogado do casal, Reginaldo Silveira afirma que as provas são frágeis. “Havia uma relação entre as partes, uma relação de escritório de advocacia, onde honorários eram pagos através de imóveis, não eram pagos em espécie. Nós vamos conseguir provar a inocência do casal. […] Vamos comprovar que, realmente, a única relação que havia era justamente a de advogado-cliente, nada mais do que isso”, alegou.
Carlos César de Oliveira e Ednaldo Vieira
Carlos Cesar Lopes de Oliveira, o Césão, um dos suspeitos da execução de um casal de empresários de Araraquara (SP)
Reprodução/EPTV
Vídeo mostra prisão de Índio, suspeito de matar casal de empresários
Quem são: Carlos Cesar Lopes de Oliveira, o Cesão, é motorista particular. Tentou se candidatar a vereador de São Carlos (SP), nas eleições de 2024, pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). A candidatura, no entanto, foi negada pela Justiça Eleitoral por não ter apresentado certidões criminais. Ednaldo José Vieira é conhecido como Índio e tem 54 anos. Segundo a polícia, ele possui antecedentes criminais.
Participações no crime: Segundo as investigações, os dois foram os responsáveis por matar o casal. De acordo com a Deic, houve promessa de recompensa milionária pela morte das vítimas.
O que dizem as defesas: À época da prisão, a defesa deles informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que não teve acesso ao inquérito e preferiu não se manifestar.
A.S.L., J.S.L. e C.J.A.
Prisões de últimos suspeitos de envolvimento em morte de casal em São Pedro
Wagner Romano – Conecta Pira
Quem são: A.S.L, de 29 anos, J.S.L., de 60, e C.J.A., de 39, são os três últimos suspeitos presos. Eles tiveram apenas as iniciais dos nomes divulgadas. Dois deles (o mais jovem e o mais velho) são pai e filho e o mais jovem é casado com a sobrinha do homem de 39 anos.
Participações no crime: Eles são investigados por fornecer a arma do crime. Durante cumprimento de quatro mandados de busca, houve a apreensão da pistola.
O que dizem as defesas: O g1 não conseguiu contato com a defesa dos três. Em depoimento à Polícia Civil, segundo a delegada Juliana Ricci, eles negaram que sabiam que a arma seria utilizada para a prática de um crime de duplo homicídio, mas admitem que a forneceram mediante pagamento de aluguel.
Caminhonete onde vítimas foram encontradas; no destaque, as vítimas
Polícia Militar e Reprodução
Pagamento milionário pelo crime
A Deic apurou que um dos executores do crime receberia um apartamento avaliado entre R$ 400 mil de R$ 500 mil e um carro avaliado em R$ 60 mil.
“E seria pago ainda um valor em torno de R$ 1,2 milhão que seria dividido entre os executores, quem alugou a arma e tudo mais. Agora, o que ficaria com quem? Aí eu já não sei te responder”, afirmou a delegada Juliana Ricci.
Material apreendido durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, em São Carlos, pela Polícia Civil de Piracicaba
Polícia Civil de Piracicaba/ Reprodução
Relembre o caso
As vítimas eram de Araraquara (SP) e iam para São Pedro para lazer.
O crime foi motivado por interesse no patrimônio milionário das vítimas, informou a Polícia Civil.
O casal não tinha herdeiros.
Os advogados tinham acesso aos bens das vítimas por meio de uma holding.
Segundo a polícia, os advogados receberam imóveis das vítimas, avaliados em R$ 12 milhões, ao longo dos anos.
A relação entre os quatro começou em 2013, quando as vítimas adquiriram 16 flats em São Carlos (SP), venderam e nunca entregaram. Os advogados passaram a defendê-los nesse processo.
As vítimas participaram, inicialmente, da transferência de bens para tentar blindar o patrimônio de credores dos flats.
Os advogados falsificaram documentos para enganar as vítimas e se apropriar de valores por custos processuais inexistentes, somando R$ 2,8 milhões, também conforme as investigações.
A propriedade de São Pedro em que o casal foi morto já estava em nome dos advogados, como parte da transferência de imóveis.
A polícia também prendeu dois homens suspeitos de serem executores do assassinato: Carlos César Lopes de Oliveira, motorista particular e ex-candidato a vereador em São Carlos, e Ednaldo José Vieira.
O irmão de Rosana afirmou que Fernanda Barroso, advogada acusada, participou do velório da vítima.
Os investigados vão responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.
Os defensores dos advogados presos recorreram e afirmam que a decisão que determinou a prisão não tem uma justificativa adequada. Também sustentam que seus clientes colaboraram com a investigação, o que tornou a prisão desnecessária.
LEIA MAIS:
Casal é achado morto dentro de veículo em chácara na Serra de São Pedro e polícia investiga caso
Advogados de casal achado morto em chácara de São Pedro são presos suspeitos de serem mandantes do crime
Advogados presos por morte de casal de clientes em SP queriam ficar com patrimônio das vítimas, diz polícia
Quem são os advogados suspeitos de mandar matar casal de clientes em SP; prisão foi em condomínio de luxo
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba