Sistemas autônomos de inteligência artificial estão aparecendo em todo o mundo. Nesse contexto, os algoritmos não esperam por prompts, avançando com a execução de sequências complexas sem ou com mínima intervenção humana, o que permite a conclusão de tarefas de ponta a ponta. É a chamada IA agêntica, que representa, de acordo com estudo da EY, uma oportunidade para as empresas de tecnologia em 2025. Esse nome deriva da possibilidade de a IA atuar como agente independente da ação humana em uma série de tarefas, com capacidade de planejamento e de aprender com a experiência, além de tomar decisões.
A IA agêntica tem potencial de otimizar as funções de atendimento ao cliente e marketing a partir da análise de enormes volumes de dados durante as interações com o cliente, viabilizando assim ofertas personalizadas de produtos e serviços. Quando combinada com dados adicionais sobre tendências de mercado e ofertas de concorrentes, a IA agêntica pode, na avaliação do estudo, construir a base para que as empresas adotem novos preços dinâmicos e modelos de valor baseados em resultados.
Veja também: Executivas do Bradesco falam sobre como acelerar a inovação com IA e a importância da infraestrutura na estratégia digital
“No Brasil, a implementação da IA agêntica está bem no início. Embora exista interesse crescente por parte das empresas, elas ainda enfrentam desafios relacionados à compreensão da tecnologia de IA e à sua integração com os sistemas corporativos, bem como ao investimento necessário para viabilizar essas soluções”, diz Leonardo Donato, líder de Mercados da EY Brasil. “Ao mesmo tempo, há um gargalo de mão de obra especializada na velocidade demandada por essas novidades de IA”, completa.
Ganho de negócio
Ainda segundo o estudo da EY, há uma oportunidade, para as empresas tradicionais de tecnologia, de concorrer em pé de igualdade com as empresas nativas digitais, como as startups de IA. Em vez de usar a IA em um modelo operacional existente, essas grandes empresas de tecnologia devem repensar todos os aspectos de suas operações.
A IA agêntica pode ser um facilitador nesse processo, promovendo a colaboração entre departamentos, em vez de aprimorar funções específicas por meio de casos de uso individuais de IA generativa. Esses agentes autônomos de IA podem desenvolver resiliência nas cadeias de suprimentos, analisando grandes bases de fornecedores, identificando fornecedores críticos, criando cenários de simulação, como desastres naturais, escassez de suprimentos ou requisitos comerciais, e modelando cláusulas contratuais para garantir a continuidade e a otimização de custos.
Como parte desse processo de fazer com que a IA comece efetivamente a dar retornos tangíveis e positivos para o negócio, será preciso, ainda segundo o estudo, que as empresas de tecnologia se envolvam na agenda regulatória, auxiliando os órgãos nessa tarefa de regulamentação. A defesa de normas globais harmonizadas, de diretrizes de IA responsáveis e de incentivos ao investimento em infraestrutura ligada a esse universo pode colocar as empresas de tecnologia na dianteira desses esforços. O objetivo, na avaliação do estudo da EY, deve ser contribuir para ambientes regulatórios que inspirem confiança em todas as partes interessadas.
Siga TI Inside no LinkedIn e fique por dentro das principais notícias do mercado.