Empresas do interior de SP adotam ‘CLT Premium’ para manter quadro de funcionários; entenda o termo


Empresas de Rio Preto adotam ‘CLT Premium’ para manter quadro de funcionários
Algumas empresas de São José do Rio Preto (SP) têm optado por estratégias conhecidas como “CLT Premium” para manter o quadro de funcionários, além de promover reconhecimento contínuo para os profissionais.
O termo se refere a profissionais contratados dentro do regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que recebem benefícios diferenciados, como vale-refeição e alimentação com valores altos; bonificação referente aos lucros obtidos pela empresa; e plano de saúde e academia de graça.
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Esses benefícios não são considerados direitos trabalhistas, diferentemente do auxílio- transporte, das férias, do 13º salário e do Fundo de Garantia (FGTS). Sendo assim, as empresas não têm a obrigatoriedade de oferecê-los.
Recentemente, o assunto ganhou repercussão no TikTok e em outras redes sociais. A trend fez sucesso entre os jovens e se tornou uma forma de estimular o mercado a oferecer melhores condições de trabalho e mais benefícios.
Empresas de diferentes setores adotaram esse conjunto de estratégias, que também têm como objetivo oferecer plano de carreira e apoio emocional.
Bruna Gorzoni Paganalli é assistente de atendimento em uma empresa de diagnóstico por imagem e recebeu uma proposta para trocar de emprego, mas resolveu continuar no cargo após ter uma contraproposta mais atrativa.
“Eu falei com o pessoal aqui [emprego atual] e eles não deixaram eu sair, me senti valorizada. Me ofereceram uma promoção de assistente júnior e não tinha como eu recusar, era algo que eu queria também” , explica à TV TEM.
Bruna Gorzoni Paganalli é assistente de atendimento em uma empresa de diagnóstico por imagem em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
Em um mercado no qual a falta de reconhecimento, crescimento profissional e insatisfação são comuns, o “CLT Premium” se tornou uma oferta irrecusável para esses trabalhadores.
Lícia Fernandes Nagao, que é gerente de gente e cultura na mesma empresa de Bruna, explica que ouvir os anseios e as reivindicações dos colaboradores é fundamental para que eles se sintam valorizados e queiram continuar na empresa.
“Em caso de retenção de talento, a gente sempre escuta, faz uma contraproposta e entende a proposta que ele recebeu e até apoiamos, mas quem quer estar aqui para fazer carreira e oferece contraproposta a gente entende”, explica.
Lícia Fernandes Nagao é gerente de gente e cultura em uma empresa de diagnóstico por imagem em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
Estabilidade
Em 2024, o Brasil registrou um recorde de pedidos de demissão. Ao menos 8,5 milhões de pessoas deixaram os respectivos empregos com carteira assinada, segundo o levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Desse total, 30% eram jovens entre 18 e 24 anos.
Para a diretora de recursos humanos Maria Cristina Bertolino, esse novo conjunto de estratégia é voltado especificamente aos mais jovens.
“A gente desenvolve isso porque é um combo de benefícios que vai garantir o bem-estar ao colaborador para que a gente possa manter esse jovem mais tempo em sua jornada na empresa”, conta.
Ginástica laboral realizada em Rio Preto (SP) visando ao bem-estar dos funcionários
Reprodução/TV TEM
O gestor de recursos humanos Marcus Ferraz diz que é importante as empresas olharem para esses benefícios como algo essencial.
“A empresa tem que ver o funcionário como um todo, não só na parte do trabalho. Nem sempre ele está bem e muitas empresas não se preocupam”, conta.
‘CLT Premium’: o que é o termo que virou trend e que pode revolucionar o mercado
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