Grupo investigado por lesar 215 idosos em mais de R$ 5 milhões é alvo de operação em 5 estados


Operação Entre Lobos – dinheiro apreendido durante cumprimento de mandado
MPSC/Divulgação
Treze mandados de prisão, 35 de busca e apreensão, além do bloqueio bancário de R$ 32 milhões, foram determinados pela Justiça contra envolvidos em um sofisticado esquema de estelionato que lesou e se apropriou de pelo menos R$ 5 milhões pelo menos 215 idosos em vários estados, com o número podendo chegar a até mil vítimas.
Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de Santa Catarina, a operação Entre Lobos cumpriu as ordens em 12 municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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Idosos, com média de idade de 69 anos, eram captados por meio de empresas de fachada para cederem créditos judiciais de processos envolvendo revisões de contratos bancários. Após o ganho da causa, as vítimas recebiam somente uma pequena parte do valor, às vezes irrisório, entre 1% e 3% do total da causa, sendo o restante dividido entre os membros da organização criminosa.
Também foi apontado pela investigação que o ajuizamento das ações de ressarcimento acontecia sem o devido discernimento das vítimas, onde os idosos sequer tinham detalhes do andamento do processo e eram enganados a assinar documentos cedendo os direitos aos criminosos.
O Gaeco identificou que duas empresas, de Pinhalzinho (SC) e Fortaleza (CE), eram as destinatárias dos contratos de cessão de créditos dos idosos, porém os alvarás de liberação dos valores dos acordos eram expedidos em nome do escritório de advocacia do homem apontado como chefe do grupo.
As empresas juntas, tiveram liberados pela Justiça o montante de R$ 6.031.252,22, porém apenas R$ 595.350 teria sido repassado aos idosos contemplados nas decisões judiciais. Uma apropriação que supera os 90%. Depois, os valores eram, em parte, transferidos para as empresas e/ou rateados entre os integrantes do grupo criminoso.
Os contratos de cessão de créditos previam que qualquer direito a reclamação ou questionamento judicial dos valores dos pagamentos eram direcionados às empresas e não vítimas – afastando ainda mais os idosos dos detalhes das ações.
“Durante a investigação foram identificadas planilhas de controle financeiro detalhando a divisão de lucros, comissões pagas, investimentos e despesas, revelando a partilha de proveitos ilícitos entre os envolvidos. Também foram coletados registros de procurações e substabelecimentos que indicam a transferência de poderes de representação entre os criminosos que extrapolavam a função de advogado e as empresas”, detalhou o Gaeco.
Os crimes investigados são: estelionato, organização criminosa, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro.
MP detalhou como funcionava o esquema:
Gaeco detalha como funcionava o esquema da operação Entre Lobos
MPSC/Reprodução
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