Homem preso por atacar ao menos 17 ônibus na Grande SP é funcionário público há mais de 30 anos, diz SSP


Polícia prende homem suspeito de atacar 16 ônibus em SP
A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (22) o funcionário público Edson Aparecido Campolongo, que confessou ter sido o responsável por ao menos 17 ataques a ônibus na Grande São Paulo. O suspeito afirmou à polícia que a motivação para os crimes seria “consertar o Brasil”. O irmão dele, identificado como Sérgio Aparecido Campolongo, também teria participado dos ataques.
Durante coletiva nesta terça, o secretário-executivo de Segurança Pública de São Paulo Osvaldo Nico afirmou que o suspeito é funcionário público há mais de 30 anos em um órgão estadual, onde atua como motorista do chefe de gabinete.
De acordo com informações do Portal da Transparência, ele trabalha no Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
“Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no Centro de São Paulo.Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital”, afirmou a SSP.
Na coletiva, foi descartada a hipótese de que os casos estariam relacionados com desafios online. Mas as investigações apontam que o suspeito não agiu sozinho.
A polícia chegou até ele após identificar um veículo Virtus branco que estava presente em diversas cenas de ataques, tanto na Grande São Paulo quanto na capital.
A rotina de deslocamento de Edson, que inclui São Bernardo do Campo, onde o chefe de gabinete mora, até o Centro de São Paulo, onde ele trabalha, foi mapeada para entender o uso do veículo fora do horário de trabalho.
Coletiva imprensa nesta terça-feira (22) sobre prisão de suspeito de ataques aos ônibues em SP e Grande SP
Reprodução
O homem foi preso pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), após trabalho de inteligência e cruzamento de dados.
Segundo a TV Globo, 15 destes ataques ocorreram em São Bernardo e 1 na avenida Jorge João Saad, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Neste último, uma criança acabou atingida por estilhaços de vidro e foi levada para uma unidade de saúde.
Na casa de Edson, a polícia encontrou, segundo as informações oficiais, estilingues, pedras e outros materiais que seriam utilizados em ataques futuros.
As investigações tentam descobrir se ele agia sozinho ou a mando de uma organização.
Ônibus são vandalizados na capital paulista, segundo a SPTrans
Reprodução
O que se sabe até o momento sobre os ataques a ônibus em SP
A Grande São Paulo contabiliza 813 ataques a ônibus, ocorridos em 27 cidades, desde 1º de junho até esta segunda (21). Dessas ocorrências, 15 foram registradas na quinta (veja abaixo principais vias onde coletivos foram atacados).
Um relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) aponta que cerca de 80% dos casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste, com predominância da Zona Sul.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fez uma crítica à Polícia Civil pela demora para descobrir quem está por trás da onda de ataques a ônibus na cidade e a motivação das depredações.
Em 17 de julho, a Polícia Militar deteve três pessoas em um veículo suspeito de participação aos ataques. Segundo a PM, elas prestaram depoimento por cerca de cinco horas, mas foram liberadas. Ainda segundo a polícia, um dos detidos passava ao lado dos ônibus atirando bolinhas de gude.
Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) revelaram à TV Globo no dia 16 que, agora, a principal linha de investigação da polícia em relação aos ataques a ônibus na Grande São Paulo é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo.
Como pano de fundo, haveria uma disputa pelo poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria que já dura alguns meses e foi até parar na Justiça. A polícia apura se grupos rivais no sindicato possam ter começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
A hipótese de que os ataques tenham relação com uma disputa interna de poder ganha força em relação a duas outras linhas de investigação que também vêm sendo consideradas — ligação com o PCC e desafios de internet.
Isso porque as empresas cujos ônibus são atacados sofrem com gastos de manutenção e multas aplicadas pela prefeitura pelo tempo de não circulação dos veículos.
A polícia admite ainda haver um efeito de “contaminação” na depredação dos ônibus — pessoas não ligadas ao setor de transporte urbano coletivo também teriam atacado veículos.
Ataques a ônibus em SP: disputa entre empresas é a principal suspeita da polícia
Um dos ataques mais graves foi na Zona Sul, em que uma pedra acertou em cheio o rosto de uma passageira, causando várias fraturas no rosto dela.
Ataque a ônibus da Rod. Raposo Tavares
Reprodução/Aconteceu em Cotia
Ataque a ônibus em Cotia
Reprodução
Passageira ficou ferida após ataque com pedra a ônibus em São Paulo. Suspeito foi preso
Reprodução
SP tem quase 800 ataques a ônibus
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