
Carro que participou da perseguição a jovem assassinado em Cipotânea foi apreendido
MPMG/Divulgação
Welington Thiene, conhecido como Tom Moreira, candidato a prefeito de Cipotânea nas eleições de 2024, e David Abranches Risson, segurança dele, foram soltos nesta terça-feira (22). Eles foram denunciados pelo Ministério Público por suspeita de envolvimento na morte de um jovem em 2 de outubro do ano passado. O crime teria motivação política, segundo as investigações.
A fiança de Tom Moreira foi fixada em 300 salários mínimos, equivalente a R$ 455.400. A do segurança foi definida em 20 salários mínimos, cerca de R$ 30 mil.
*O valor da fiança foi diferente, pois o juiz considerou que Tom Moreira tem melhores condições financeiras.
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Na decisão, o juiz Joaquim Martins Gamonal afirmou que os réus poderão aguardar o julgamento em liberdade. Eles estavam presos há nove meses sem que a audiência de instrução — etapa em que testemunhas são ouvidas e provas apresentadas — tivesse sido realizada. Para o magistrado, não há indícios de tentativa de fuga ou de interferência no andamento do processo.
Os dois investigados deverão cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, permanência em casa durante horários estabelecidos e outras restrições.
Em nota, a defesa de Tom Moreira, por meio dos advogados Raphael Henrique, Zanone Manoel e Fábio Costa, afirmou que ele não oferece risco à sociedade e que as medidas cautelares são suficientes para garantir o bom andamento do processo. Veja ao final da reportagem o pronunciamento na íntegra.
O g1 também tentou contato com a defesa de David Abranches Risson, que não retornou até a publicação desta reportagem.
Tom Moreira
Divulgacand/Reprodução
A denúncia
Segundo a denúncia do Ministério Público, Tom Moreira conduzia o carro que perseguiu Thiago de Oliveira Lourenço, de 21 anos, identificado como opositor político do candidato, por cerca de 1 km.
Ao alcançar o rapaz, bloqueou a passagem da moto. Em seguida, o segurança do candidato sacou uma arma e atirou. Após o crime, os dois fugiram, mas foram presos.
De acordo com o MPMG, o crime teve motivação fútil, pois os denunciados teriam cometido o homicídio em razão de divergência política.
Os dois respondem por homicídio qualificado. A audiência de instrução está marcada para 18 de setembro, no Fórum da Comarca de Alto Rio Doce, onde tramita o processo
Vítima chegou a ser socorrida
Thiago de Oliveira Lourenço foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital da cidade.
Imagens gravadas no dia mostraram o carro do político perseguindo a motocicleta por ruas do município. Confira abaixo.
O automóvel foi localizado na casa do candidato, e uma arma calibre 38 e seis munições também foram apreendidas.
Tom Moreira chegou a fugir, mas se entregou e foi levado para o presídio de Barbacena, onde ficou detido até esta terça-feira. Já o segurança estava no sistema prisional de Congonhas.
Vídeo mostra perseguição entre carro de candidato a prefeito e jovem morto em Cipotânea
Tom Moreira teve mais de 2 mil votos
Apesar de ter sido preso na época, três dias antes das eleições, Tom Moreira chegou a ser candidato nas eleições municipais em Cipotânea.
Ele obteve 2.016 votos (45,09%), mas perdeu para Robertinho (PP), que recebeu 2.455 votos.
Nota da defesa de Tom Moreira na íntegra
“A defesa técnica de Tom Moreira reafirma por intermédio dessa nota técnica que ele não oferece risco concreto à sociedade, assim sendo, a imposição de medidas cautelares diversas da prisão preventiva é o suficiente para resguardar o bom andamento do processo, consoante o artigo 319 do Código de Processo Penal Brasileiro. Digno de registro que, na presente data, ainda não há previsão de ser realizado um eventual júri popular, afinal, o processo ainda será instruído por meio de audiências, conforme nos preceitua a legislação processual penal nacional, via de consequência, inexistindo a chamada sentença de pronúncia, não há que se falar em tribunal do júri popular nessa fase da ação penal. Por fim, a defesa de Tom Moreira ressalta que o nosso sistema de justiça criminal é regido pelo preceito constitucional da presunção de inocência, porquanto a prisão preventiva é uma medida de exceção, salientamos também que Tom Moreira, além de ser inocente no caso concreto, é primário, de bons antecedentes, tem residência fixa, trabalho honesto, é pai de família provedor de filhos menores de doze anos, dessa maneira, ele perfaz todos os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei para responder o processo em liberdade”.
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Eles foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais por suspeita de envolvimento na morte e