
*Artigo escrito por Wanderson Bueno, prefeito de Viana
Tem uma música do Billy Joel chamada “Vienna” que sempre me faz pensar sobre o tempo. Não o tempo do relógio, mas aquele tempo mais profundo, o tempo da vida, das escolhas, da calma que a gente quase nunca se permite.
A letra fala de um jovem impaciente, querendo resolver tudo agora, alcançar tudo de uma vez, como se a vida fosse uma corrida. E Viena, a cidade, aparece como um símbolo de pausa. Um lugar onde os velhos ainda contam histórias, onde não há pressa, onde o tempo sabe esperar.
E outro dia me peguei pensando: e se essa Viena que o Billy canta não fosse só uma cidade na Áustria? E se ela pudesse ser, por exemplo… Viana, aqui mesmo no Espírito Santo?
Viana tem esse jeito de interior que abraça a gente. Os trilhos do trem, as ruas tranquilas, as casas com portas abertas, o tempo que parece andar mais devagar.
Não é cenário de filme europeu, mas é vida real, com cheiro de café passado na hora e conversa de vizinho na calçada.
Em Viana, assim como na Viena da música, a vida também não cobra tanta pressa. Lá, dá para perceber que a felicidade não está em chegar rápido, mas em caminhar com atenção.
Talvez seja isso que Billy Joel tentou dizer. Que todos nós temos uma Viena ou uma Viana esperando pela gente. Um lugar onde dá pra respirar fundo.
E é nesse compasso entre memória e movimento que seguimos. Viana avançou com passos firmes, construindo pontes entre o ontem e o amanhã. Mas agora é hora de acelerar não com pressa, mas com propósito, foco, com coragem.
Porque quem conhece o valor da pausa também sabe a hora de alçar voo. E Viana, com seus 163 anos de história, está pronta para acelerar com o coração no presente e os olhos no futuro.
Porque, no fim das contas, não importa se é na Europa ou no Espírito Santo: o que importa é encontrar esse espaço externo ou interno onde a vida pode simplesmente… acontecer. No seu ritmo. No seu tempo. No tempo certo.
