Austrália sob pressão com custo de €4 bilhões por fragata da classe Hunter

O programa de fragatas da classe Hunter da Marinha Australiana enfrenta críticas crescentes após revelar-se que cada navio pode custar cerca de 4 bilhões de euros (aproximadamente AUD 3,7 bilhões), um valor equivalente ao de quatro fragatas da classe Constellation nos EUA ou a dois navios franceses FTI.

Inicialmente orçado em AUD 35 bilhões para nove unidades, o projeto já foi reduzido para seis embarcações e teve seu custo total revisado para cerca de AUD 38,2 bilhões (US$ 26 bilhões) — uma alta expressiva em relação às estimativas iniciais.

Especialistas e parlamentares alertam que o programa está “cronicamente acima do orçamento e atrasado”, pois os navios ficarão prontos apenas na década de 2030, com o primeiro comissionamento previsto para 2032.

O Auditor‑General apontou falhas na análise de custo-benefício, no processo de contratação e na documentação das decisões, destacando um atraso de 18 meses e contratos que não refletem práticas eficientes para garantir valor ao contribuinte.

Tais sobrecustos são atribuídos, em parte, à adoção de requisitos adicionais e à “gold-plating” — incrementos ao projeto base, como volumes maiores de sistemas de mísseis e sensores, que elevaram o deslocamento dos navios para mais de 10.000 toneladas, com impacto no custo.

As disputas salariais dos funcionários da BAE Systems no estaleiro de Adelaide, que reivindicam 30% de aumento nesta semana, também ameaçam agravar os custos, com um possível acréscimo de AUD 477 milhões ao projeto.

Apesar disso, o Chefe da Defesa da Austrália, almirante David Johnston reconheceu a necessidade de melhorar os processos de gestão em grandes projetos, citando as fragatas Hunter como exemplo representativo dos desafios enfrentados pela defesa australiana.

O governo, por sua vez, defende que manter a produção nacional é estratégico e vital para a soberania e a capacidade industrial do país, mesmo diante de alternativas tecnológicas estrangeiras mais rápidas e econômicas .

Com a concorrência interna e externas — incluindo propostas de fragatas japonesas Mogami e alemãs Meko — em ascensão no programa SEA 3000, a Austrália agora enfrenta pressão dupla: racionalizar seus gastos enquanto busca garantir capacidade num cenário geopolítico turbulento.

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