Morango do amor: a febre do doce tem explicação? Veja análise de nutricionistas


Morango do amor virou febre nas redes sociais.
Reprodução
Uma casquinha de um vermelho reluzente que na primeira mordida revela um morango igualmente vermelho, envolto por uma camada de brigadeiro. O morango do amor, doce mais viralizado da internet nos últimos tempos, é realmente muito mais tentador do que a original maçã do amor.
Mas por que o doce é tão atrativo e ficou tão popular nas redes?
O g1 conversou com quatro nutricionistas para entender a febre do morango e como essa sobremesa aparentemente simples tem conquistado cada vez mais fãs.
🍓Segundo as nutricionistas, a popularidade tem dois motivos principais:
Apelo visual
Lado emocional
Mas nem só de fama vive o morango do amor. É importante também pontuar que nenhum alimento é proibido para quem tem uma alimentação saudável, mas o doce tem alto valor calórico e, assim, deve ser consumido com moderação. (entenda mais abaixo)
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Atrativo aos olhos
Não é só a combinação de sabores – com o azedinho do morango e o doce do brigadeiro – e texturas – o caramelo crocante e o brigadeiro macio – que tornaram o doce tão popular.
Segundo as nutricionistas, o aspecto visual é um ponto fundamental para despertar a vontade de experimentar a sobremesa.
Camille Perella Coutinho, nutricionista e doutora em Ciências de Alimentos pela USP, pontua que o cérebro humano é muito sensível a estímulos visuais, especialmente quando envolvem cores vibrantes e brilho, como é o caso do morango do amor.
Esses estímulos visuais são responsáveis pela conhecida vontade de comer, que vem antes mesmo de colocar o doce na boca.
Virginia Sgorlon, nutricionista e mestre em Ciências da Saúde, comenta que é o aspecto visual que desperta a sensação de desejo.
“Quando o doce se apresenta de uma forma muito atrativa aos olhos várias partes do cérebro são ativadas como o córtex pré-frontal e o sistema límbico que provavelmente irão te fazer consumi-lo”, analisa.
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Apelo emocional
Além da beleza do doce ser responsável por estimular a vontade de comer, é uma sobremesa que tende a provocar boas lembranças, outro ponto essencial para sua popularidade.
Isso porque nosso comportamento alimento não é apenas influenciado pelos sentidos, mas também pela história particular de cada um.
“Doces bonitos e bem confeitados, especialmente aqueles que nos remetem às festas juninas, evocam memórias afetivas da infância e nos trazem boas lembranças”, analisa Glória Guizellini, nutricionista e mestre em Nutrição e Saúde Pública pela USP.
O doce, por si só, já traz uma sensação de desejo, remete a um comportamento primitivo de busca por bem-estar.
Mas, segundo a nutricionista e pesquisadora do Food Research Center (FoRC/USP), Eliana Bistriche Giuntini, é o emocional, combinado ao visual, que provoca a sensação de prazer e traz memórias afetivas gostosas.
Amor com moderação
Ainda que um docinho de vez em quando não faça mal, algumas pessoas precisam ter cuidado com alimentos com alto teor de açúcar, como o morango do amor.
“Pessoas com diabetes devem ter atenção redobrada. Mas quem está com a glicemia bem controlada pode, sim, comer um docinho de vez em quando, desde que com acompanhamento profissional”, lembra Camille Coutinho.
O mesmo é recomendado para pessoas com obesidade, colesterol alto ou triglicérides elevados. As crianças também devem consumir esse tipo de doce com moderação.
“Crianças devem consumir doces com frequência controlada, pois esses alimentos podem atuar como substitutos de refeições, já que o estômago infantil possui menor volume, condizente com o tamanho da criança”, analisa Glória Guizellini.
Além disso, o alto consumo de açúcar na infância pode aumentar o risco de cáries e contribuir para o aumento de peso, interferindo diretamente na formação dos hábitos alimentares.
Mas quando não há necessidade de restrição alimentar por questões médicas, incluir um doce como o morango do amor não vai influenciar de forma negativa na dieta.
“Mesmo em dietas com foco em emagrecimento ou controle de saúde, dá para adaptar o plano para incluir esses momentos. Isso ajuda tanto na adesão quanto na relação com a comida. Porque, no fim das contas, comer também é prazer”, pondera Camille.
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