
Mesmo sem apresentar sintomas aparentes, as hepatites virais podem evoluir silenciosamente até causar danos graves ao fígado, como cirrose e câncer. Em Feira de Santana, a campanha Julho Amarelo reforça a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada, inclusive na fase adulta, como forma eficaz de prevenção.
Ao Acorda Cidade, Sebastião Oliveira, enfermeiro e diretor da Rede Própria da Secretaria Municipal de Saúde, explica que as hepatites virais são doenças infecciosas causadas por diferentes tipos de vírus, que afetam diretamente o fígado.

“As hepatites são doenças infectocontagiosas e que normalmente estão relacionadas à infecção por vírus. Normalmente essas doenças acometem o fígado e geram um processo lento e silencioso de avanço, que é o que justamente traz o agravo. Como é uma doença silenciosa, os pacientes demoram para buscar tratamento e aumentando o risco, inclusive, de disseminar a doença na população de uma forma geral.”

Sintomas e Diagnóstico
De início, as hepatites podem passar despercebidas. Náuseas, enjoo, cansaço, vômito, alterações na cor da urina e das fezes, e até amarelamento da pele são alguns dos sinais de alerta.
O diagnóstico pode ser feito de forma simples. Existem exames que são realizados, como sorologia e exames sanguíneos e também existe o teste rápido, que são realizados nas unidades de saúde do município.
Vacinas disponíveis no SUS
A vacinação contra os tipos A e B é gratuita e está disponível nas unidades básicas de saúde da cidade para toda a população. Apesar disso, muitas pessoas ainda não sabem se tomaram todas as doses ou sequer lembram de ter iniciado o esquema vacinal.
“O ideal é que ela procure uma unidade de saúde e vão ser realizados exames para verificar se essa pessoa já sensibilizou para a vacinação. Caso não tenha apresentado a sensibilização, ela precisará fazer um reforço ou a depender da situação, até fazer uso de uma imunoglobulina”.””, informou o enfermeiro ao Acorda Cidade.

Sebastião reforça que manter a caderneta de vacinação atualizada é fundamental mesmo na fase adulta, para que as pessoas não fiquem expostas a infecções.
“A exposição existe em diversas atividades que a gente desenvolve. Por exemplo, o uso de alicates de unha que muitas vezes são compartilhados ou qualquer outro tipo de material perfurocortante aumenta o risco da infecção por hepatite C, por exemplo. Já a hepatite A está muito associada às condições de higiene das pessoas.”
Quem pode se vacinar?
A vacina contra hepatite A é indicada para crianças de 1 até menos de 5 anos. Já as vacinas contra hepatite B têm um esquema de três doses e podem ser aplicadas em pessoas de outras faixas etárias.
“Depois da primeira dose, você vai ter aproximadamente um mês para tomar mais um reforço. E seis meses após a segunda dose, você vai tomar o terceiro reforço”, explicou.
Transmissão e Prevenção
Segundo o diretor, a prevenção também envolve práticas de higiene simples, das mãos e dos alimentos e atenção a situações de risco. O uso de materiais perfurocortantes não esterilizados, como alicates de unha ou seringas, e até relações sexuais desprotegidas podem ser meios de transmissão.
Por exemplo: se você vai a manicure, tenha seu próprio alicate ou busque estabelecimentos confiáveis que realizam a esterilização dos equipamentos.
“Existe a possibilidade, por exemplo, da hepatite B e D serem transmitidas através das relações sexuais. Já no caso da hepatite C, ela é exclusivamente através do contato com sangue infectado”, detalhou Sebastião em entrevista ao Acorda Cidade.

Julho Amarelo em Feira de Santana
Durante o Julho Amarelo, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou as ações nas unidades básicas e no Centro de Saúde Especializado (CSE), mas vale destacar que o serviço é disponibilizado durante todo o ano.
“Todas as unidades estão realizando o que nós chamamos de salas de espera e ações locais, que envolvem orientação à população, informação sobre como se contrai a doença, além da testagem rápida. O paciente pode procurar o serviço e ele vai ter acesso a esse teste rápido.”
Apesar de não haver cura definitiva para todos os tipos de hepatite, o controle da doença é possível, inclusive, garantindo uma qualidade de vida.
“A hepatite não é uma doença curável, é uma doença que envolve tratamento. Você vai conviver com a doença sem maiores problemas, desde que esteja controlada, mas infelizmente não tem cura”, finalizou.
A prevenção continua sendo a melhor forma de proteção. Neste Julho Amarelo, a recomendação é simples: procure uma unidade de saúde, atualize sua vacinação e se informe. Cuidar da saúde do seu fígado é cuidar da vida.
Com informações do repórter Ney Silva Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.