O setor aeroespacial brasileiro está vivendo um momento de transformação. Com um mercado em expansão, impulsionado pelo aumento da demanda por soluções tecnológicas avançadas, como satélites, foguetes e sistemas de comunicação via IoT (Internet das Coisas), o Brasil está se posicionando como um player emergente no cenário global.
Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), a previsão é que o mercado global de satélites cresça para US$ 50 bilhões até 2030, refletindo uma tendência de aceleração no desenvolvimento de tecnologias espaciais, com aplicações que vão desde o monitoramento ambiental e de segurança até a agricultura de precisão e o controle de desastres naturais.
Nesse contexto, Santa Catarina se destaca como um dos polos mais promissores no Brasil para a inovação aeroespacial. O Estado tem se tornado um centro estratégico para o desenvolvimento de tecnologias espaciais, devido ao seu ecossistema robusto, que combina indústria, academia e startups, além de um histórico de excelência em áreas como eletrônica embarcada, automação e mecânica de precisão, todas essenciais para o setor aeroespacial.
MIT firma parceria em SC
A parceria recente entre o SENAI-SC e o MIT Governance Lab (GOLab) para a criação do New Space Cluster é um exemplo claro de como Santa Catarina está se posicionando para se tornar referência no setor. O New Space Cluster visa desenvolver soluções inovadoras em áreas como foguetes, nanossatélites e Internet das Coisas (IoT), com o objetivo de posicionar o Brasil como líder global no setor até 2030.
A colaboração com o MIT, uma das instituições mais renomadas globalmente em pesquisa e inovação tecnológica, traz metodologias de classe mundial e uma visão global para o ecossistema catarinense. O MIT é responsável por inúmeros avanços que transformaram diversos setores ao redor do mundo. Essa parceria coloca Santa Catarina no epicentro da inovação espacial no Brasil, abrindo novas possibilidades para empresas locais se integrarem à cadeia produtiva do setor aeroespacial internacional. Com isso, Santa Catarina está moldando um futuro promissor, com um impacto direto na economia regional e no avanço do país no mercado global de tecnologias espaciais.
Segundo Paulo Violada, gerente do projeto New Space Cluster, “a parceria traz uma transformação significativa para o ecossistema de inovação de Santa Catarina, qualificando a criação do Cluster de Inovação em New Space com uma visão global”. A colaboração internacional fortaleceu a troca de experiências entre grandes empresas globais e instituições estratégicas do Brasil, como a Agência Espacial Brasileira (AEB), FINEP e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina.
Além disso, a visita de executivos do MIT ao Brasil não apenas contribuiu com insights valiosos, mas também ajudou a fortalecer conexões institucionais cruciais para o desenvolvimento do cluster. A criação desse ambiente de inovação integrando empresas, universidades, startups e investidores vai garantir que Santa Catarina tenha um papel de destaque no novo ecossistema espacial.
Oportunidades para o ecossistema local
Santa Catarina já é um polo consolidado em áreas como automação, eletrônica embarcada, mecânica de precisão e TICs, todas essenciais para a evolução das soluções aeroespaciais. Com o New Space Cluster, as empresas locais estão se beneficiando de um ambiente de inovação altamente qualificado, com acesso a infraestrutura de ponta, programas de capacitação e cocriação com startups e instituições de ciência e tecnologia.
Violada destaca que empresas de diferentes setores, como eletrônica, telecomunicações, agro e energia, encontrarão no cluster “oportunidades para diversificar seus produtos e acessar novos mercados”, além de participar de projetos de pesquisa e desenvolvimento. O cluster está criando um ecossistema ideal para empresas de todos os tamanhos, oferecendo laboratórios compartilhados e conectando-as a novas oportunidades de negócios no mercado internacional.
Além disso, instituições como a UNISENAI, vinculada ao SENAI-SC, estão desempenhando um papel crucial na capacitação de profissionais altamente qualificados. “O programa de residência em Inteligência Artificial da UNISENAI capacita profissionais para atuar em projetos reais de inovação tecnológica dentro das empresas do cluster”, explica Violada.
Indústria Aeroespacial
O New Space Cluster também abre portas para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias em áreas como nanosatélites, componentes eletrônicos para missões espaciais, softwares de navegação e controle, e plataformas de monitoramento remoto. A inteligência artificial, com seu poder de análise e detecção de padrões, estará no centro dessas inovações, possibilitando aplicações em setores como agricultura de precisão, monitoramento ambiental e segurança hídrica.
“O cluster cria um ambiente propício para startups e empresas locais se tornarem protagonistas no setor aeroespacial, com oportunidades de atuar na coleta de dados via nanosatélites ou no desenvolvimento de softwares inteligentes”, destaca Violada. O programa coordenado pelo SENAI-SC tem sido fundamental para incentivar a criação de novos negócios, oferecendo incubação, aceleração e acesso a capital de risco para empreendedores locais.
Santa Catarina no setor aeroespacial brasileiro
Embora estados como a Bahia também invistam no setor aeroespacial, Santa Catarina se destaca pela sua abordagem integrada e colaborativa, reunindo governo, indústria, academia e startups. “Ao unir formação técnica com um ambiente de inovação e um mercado real, o SENAI-SC cria condições ideais para impulsionar uma nova geração de empresas aeroespaciais em Santa Catarina”, afirma Paulo Violada.
Esse cenário de inovação em Santa Catarina não só fortalece o ecossistema local, mas também posiciona o estado como um polo estratégico para o desenvolvimento do setor aeroespacial no Brasil, com impacto direto na economia regional e no posicionamento do Brasil no cenário global.
Com a implementação do New Space Cluster e a contínua colaboração internacional, Santa Catarina está prestes a se tornar o centro de referência da nova economia espacial no Brasil, moldando um futuro de inovação, tecnologia e oportunidades de negócios para o estado e para o país.
