
A nova temporada do Espírito Startups estreia no dia 9 de agosto na TV Vitória/Record, com nove startups na disputa por R$ 500 mil em premiações, incluindo aporte da Apex Partners, consultoria do Hugb e pacote de mídia na Rede Vitória. Criado para valorizar e impulsionar o ecossistema de inovação do Espírito Santo, o programa tem se consolidado como uma vitrine de alto impacto. A trajetória da Jade Autism comprova isso: campeã da última temporada do reality, a edtech capixaba viu seu faturamento crescer mais de três vezes, ultrapassando os R$ 2,5 milhões neste ano. A startup também ampliou sua base de usuários em mais de 20 mil crianças e expandiu operações para Abu Dhabi e Lisboa.
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“O troféu abriu portas, e continua abrindo”, aponta fundador da Jade
Ronaldo Cohin, fundador da Jade Autism, aponta que a participação no reality foi um marco para a empresa. A startup desenvolve soluções tecnológicas que aceleram o processo de aprendizagem e identificam dificuldades específicas em crianças com autismo, TDAH, Síndrome de Down e outras neurodivergências.
“Desde a primeira edição já acompanhávamos o programa com admiração e sempre quisemos participar. Tentamos em outra temporada, mas não conseguimos conciliar a agenda, pois estávamos com um projeto fora do estado. Quando veio a quarta temporada, fomos um dos primeiros a nos inscrever. Ganhamos e foi transformador”, conta Ronaldo.
A transformação, segundo Cohin, se deu em várias frentes: estratégica, tecnológica e comercial. Durante o programa, a Jade recebeu mentorias de empresários como Rogério Salume, Brunella Bumachar e o superintendente da Unimed Vitória, Thiago Maia, que provocaram a startup a repensar sua estrutura de receita.
“Recebemos um feedback importante sobre a nossa dependência de vendas para o governo. Isso nos levou a investir pesado no mercado B2C. Após o programa, lançamos um novo aplicativo com foco em famílias e usuários finais, incluindo novas funcionalidades como conteúdos educativos, música e yoga”, explica o fundador.
Os frutos desse reposicionamento começaram a aparecer ainda em 2024 e se intensificaram em 2025, com a expansão internacional.
A Jade foi a primeira empresa brasileira aprovada no programa AnjalZ, da Early Childhood Authority de Abu Dhabi, que seleciona soluções globais com potencial de impacto na educação infantil. O contrato fechado gira em torno de US$ 300 mil, para atendimento em escolas e instituições públicas dos Emirados Árabes. Em paralelo, a startup também foi selecionada para o programa Lisbon Innovation for All, em Portugal, que estabelece pilotos em instituições públicas da capital portuguesa, com retorno estimado de 120 mil euros.
Além dos novos contratos, a Jade também registrou forte crescimento em sua base de usuários. “Foram 20 mil crianças a mais utilizando nossa plataforma no último ano. Isso é um número enorme para um negócio como o nosso”, destaca Ronaldo. Com isso, o faturamento da startup deve ultrapassar os R$ 2,5 milhões em 2025, apenas com os contratos já garantidos até o meio do ano — resultado três vezes maior que o total registrado em 2024.
Ronaldo reforça que, além dos números, o programa agregou reputação. “Toda vez que a gente vai abrir uma conversa com cliente, prefeitura, investidor, vem a pergunta: ‘vocês ganharam o Espírito Startups, né?’. Isso pesa muito. O troféu abriu portas e continua abrindo”, diz.
Por fim, o fundador deixa um conselho para as startups que participarão da nova temporada: “Estejam preparados. Vai ser puxado, vai ter que ralar, mas também vai vir muita coisa boa. Se não estiver pronto para aproveitar, pode deixar passar. Mas lembrem-se: o cavalo selado só passa uma vez”, finaliza o fundador da Jade.