Na era da transformação digital, o maior desafio da indústria não é apenas o de coletar dados e informações, é saber o que fazer com eles. Em ambientes industriais onde milhares de sensores e sistemas geram volumes massivos de informação, o diferencial está em transformar esses dados em valor: prever cenários, antecipar falhas e tomar decisões inteligentes em tempo real.
Essa é a essência da jornada rumo à fábrica autônoma. Tudo começa com a automação básica, com controles manuais e isolados. Evolui para sistemas automatizados, depois para a inteligência local com APCs (Controles Avançados de Processo), que otimizam áreas específicas. Em seguida, surge a orquestração integrada com o MWO (Mill Wide Optimization), que se adapta aos desvios de forma dinâmica e coordena todos os setores da fábrica, dispara alertas e oferece ajustes para melhor performance ou economia global. O último passo é a autonomia total: sistemas que aprendem, ajustam e operam sozinhos, deixando aos operadores o papel de supervisionar e intervir apenas em exceções.
A planta Arauco Sucuriú exemplifica esse avanço. Com mais de 60 mil sinais de interface, 35 mil instrumentos e centenas de núcleos de processamento e gabinetes de automação, ela operará sob o Valmet DNAe — Sistema Digital de Controle totalmente web-based, virtualizado, escalável e com certificação em cibersegurança (ISA Secure SSA). Mas tecnologia só faz sentido se for intuitiva: o DNAe oferece uma interface amigável, que facilita o aprendizado, atrai as novas gerações e reduz o tempo de aprendizado. A acessibilidade remota permite suporte global da Valmet e das equipes locais, com segurança e agilidade.
Cibersegurança é um pilar vital. Imagine o sistema de automação como uma casa. Algumas são equipadas com alarmes depois de construídas. Outras são projetadas para serem seguras desde o início: com portas blindadas, sensores, autenticação dupla e vigilância ativa. O DNAe é como essa casa inteligente — protegida desde a fundação preparada para resistir a ataques cibernéticos.
Além disso, tecnologias como o MWO espelham em tempo real o comportamento da planta e otimizam toda a cadeia produtiva permitem planejar e reagir com eficiência. Mais do que monitorar, esses sistemas preveem e propõem as melhores decisões com base em dados dinâmicos. De um modo simples, pense num sistema que pode “pensar” e sugerir parâmetros de operação para questões super importantes: Como aumentar ao máximo a produção considerando restrições que tenho neste momento? Como estabilizar a produção depois de um distúrbio não planejado? Como otimizar o uso de matérias-primas e atingir a qualidade necessária com maior economia possível?
A fábrica do futuro não será definida pela quantidade de dados, mas pela inteligência com que eles são utilizados. Não basta ter mil olhos: é preciso saber onde olhar, e agir com precisão. Com inteligência aplicada, conectividade total e cibersegurança desde a origem, deixamos de apenas imaginar a fábrica autônoma. Nós a tornamos real. E mais do que isso: já começamos a operá-la.
Ah, sim… sei que este artigo teve uma overdose de siglas e abreviações. Juro que tentei evitar — mas, diante de tanta inovação, algumas simplesmente insistiram em ficar!
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