
Adolescente de 14 anos incendeia apartamento e mata a irmã de 11 meses
O menino de dois anos que sobreviveu ao incêndio provocado pela irmã, de 14, no apartamento onde moravam em Guarujá, no litoral de São Paulo, passou a respirar sem a ajuda de aparelhos, mas segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica de um hospital na cidade.
O caso ocorreu no dia 14 de julho, em um conjunto habitacional localizado no bairro Cantagalo. A menina de 14 anos foi apreendida, e a irmã deles, de apenas 11 meses, morreu no local.
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Além dos dois bebês, que estavam no apartamento, uma outra irmã, de 5 anos, estava na área comum do conjunto habitacional. Segundo o delegado Glaucus Vinicius Silva, a menor apreendida disse que não fez nada de mal porque ela “não dava trabalho”, ao contrário dos demais.
Conforme apurado pelo g1 junto ao Hospital Santo Amaro (HSA), nesta terça-feira (29), o menino de dois anos foi extubado e segue internado em estado estável na UTI pediátrica da unidade de saúde.
Investigação concluída
Conforme apurado pela equipe de reportagem, a investigação concluiu que a menor é a única responsável porque houve prova da materialidade e indício de autoria do incêndio. Segundo a Polícia Civil, a adolescente agiu sem auxílio intelectual ou material por parte de qualquer outra pessoa, ou seja, ninguém ajudou ou instigou a jovem a atear fogo no apartamento.
O caso foi registrado como homicídio e tentativa de homicídio pela Delegacia de Guarujá. Em depoimento à polícia, a menina disse que não queria mais cuidar dos irmãos, levou tapas da mãe antes do crime e pesquisou na internet quanto tempo levaria para explodir um botijão de gás.
As declarações não mudaram a investigação da polícia, pois elas não interferem na prática do ato infracional e nas medidas socioeducativas aplicadas à adolescente, já que não há justificativa para a ação.
Sendo assim, a competência da Polícia Civil se encerrou e a autoridade policial deve encaminhar as informações da ocorrência ao Ministério Público.
O MP vai avaliar se oferece a chamada representação (equivalente à denúncia no caso de maiores de 18 anos) ou se haverá arquivamento ou remissão (extinção) do processo. Oferecida representação, a Justiça decidirá se aplicará medida socioeducativa.
Vídeo
Vídeo revela cenário de destruição em apartamento incendiado por menina que matou irmã
Um vídeo feito após o crime, obtido pela TV Tribuna, afiliada da Globo, mostra o cenário de destruição dentro do apartamento. É possível ver um colchão e paredes cobertos por marcas pretas do fogo, além de fuligem [resíduo gerado pela combustão] espalhada por todo o chão.
Nas imagens, aparecem dois quartos, a sala, o banheiro e a cozinha do imóvel, além de diversos pertences da família, como caixas de papelão, sacolas e roupas espalhados pelo chão.
Frieza
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o delegado Glaucus Vinicius Silva classificou o caso como “aterrorizante” e “sombrio”.
“Ela chegou a relatar, de uma maneira muito tranquila, falando até baixo e olhando nos meus olhos. Falou que já não aguentava mais ficar cuidando dos irmãos e queria se ver livre daquilo”, disse Glaucus.
Menina é apreendida após incendiar apartamento com irmãos bebês dentro em Guarujá (SP)
Reprodução e Daniela Rucio
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Guarujá lamentou o ocorrido e se solidarizou com os familiares das vítimas.
“Por determinação do prefeito Farid Madi, as secretarias de Saúde (Sesau), Desenvolvimento e Assistência Social (Sedeas) e Fundo Social de Solidariedade estão monitorando o caso, colocando-se à disposição do que for necessário”, acrescentou a administração municipal.
Por fim, a prefeitura disse que casos dessa natureza reforçam o compromisso da atual gestão na “expansão do programa de saúde mental para as famílias e para as crianças”.
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