
Sempre surge alguém prevendo o fim do mundo. Mas dessa vez, não são profetas, e sim físicos e cosmólogos olhando para as estrelas com telescópios poderosos e equações complexas. Eles investigam uma possibilidade fascinante e um tanto assustadora: o Big Crunch, o oposto do Big Bang.
A ideia central é simples, porém colossal. Sabemos que o universo está se expandindo, como um balão sendo inflado. Essa expansão acelerada é impulsionada por uma força misteriosa chamada Energia Escura. O ponto crucial é que estudos recentes sugerem que essa força pode estar perdendo força, enfraquecendo lentamente.
Pense num momento do seu dia a dia. Imagine arremessar uma bola de basquete bem para cima. No começo, ela sobe rápido, mas a gravidade da Terra a puxa para baixo, fazendo com que ela desacelere, pare no ponto mais alto e comece a cair. O Dr. Ethan Yu-Cheng, da Universidade de Shanghai Jiao Tong, usa essa mesma imagem: a Energia Escura negativa atuaria como a gravidade nesse exemplo. Ela frearia a expansão do universo até pará-la e, então, puxar tudo de volta.
É aqui que o Big Crunch entra em cena. Se a Energia Escura enfraquecer o suficiente e se tornar atrativa, o universo inteiro deixaria de se expandir. Começaria uma contração lenta, mas implacável. Galáxias, estrelas, planetas – toda a matéria seria comprimida de volta num ponto incrivelmente denso e quente, um estado final apelidado por alguns de “inferno cósmico”.
Mas quando isso poderia acontecer? Calcular o fim de tudo não é tarefa simples. Cientistas da Universidade Cornell e outros centros de pesquisa se debruçaram sobre esse problema. Suas estimativas apontam para um horizonte temporal quase inimaginável.
O físico Henry Tye, citado pelo New York Post, indica que o processo de contração, o próprio Big Crunch, teria início daqui a aproximadamente 11 bilhões de anos. Esse colapso total, porém, não seria instantâneo. Ele levaria mais 8,5 bilhões de anos para se completar. Somando tudo, temos pelo menos 19,5 bilhões de anos até o possível fim cósmico.
Fica a pergunta inevitável: e a humanidade? Haveria alguma chance de sobrevivência num evento tão extremo? Henry Tye sugere uma possibilidade, ainda que remota. Com bilhões de anos para se preparar, talvez a espécie humana, ou seus descendentes longínquos, pudesse empreender uma fuga épica. “Para sobreviver, os seres humanos teriam que se mudar para a borda do nosso sistema solar ou além. Temos alguns bilhões de anos para nos preparar para essa viagem”, comentou ele.
No entanto, o pesquisador Dr. Hoang Nhan Luu oferece uma perspectiva mais sóbria. Ele explica que as mudanças que levariam ao Big Crunch ocorrem em escalas de tempo e espaço tão vastas – bilhões de anos, bilhões de anos-luz – que seriam praticamente imperceptíveis para civilizações como a nossa. “Civilizações inteligentes na escala de sistemas solares ou mesmo galácticas não notariam nenhum fenômeno óbvio”, afirmou Luu ao Mail Online.
Ele ressalta que civilizações tipicamente existem por centenas ou milhares de anos, enquanto essas transformações cósmicas se desenrolam ao longo de bilhões de anos. A percepção de algo errado só viria, provavelmente, nos instantes finais, quando já seria tarde demais para qualquer ação.
Enquanto os cientistas refinam seus modelos e observações sobre a Energia Escura, a teoria do Big Crunch permanece como uma das narrativas possíveis para o destino mais distante do cosmos. É um lembrete da escala verdadeiramente monumental em que o universo opera, onde mesmo o seu fim leva dezenas de bilhões de anos para se concretizar.
Esse Especialistas afirmam que a humanidade vai morrer em um “inferno cósmico” apocalíptico e revelam exatamente quando o evento horrível ocorrerá foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.