Amber Alert: sistema ajuda polícia a encontrar adolescente no ES

Foto: Polícia Civil/ Divulgação

Uma adolescente de 13 anos que estava desaparecida foi encontrada e é o primeiro caso do Espírito Santo inserido no protocolo Amber Alert. Beatriz Vitória Alves Soares desapareceu no dia 15 e foi localizada no sábado (19), em Vila Velha.

O sistema do Amber Alert foi criado originalmente nos Estados Unidos e implementado no Brasil, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Meta. A ferramenta divulga fotos e informações da vítima no Facebook e Instagram.

Beatriz saiu de casa em Cariacica, após ter sido deixada pela mãe, identificada como Daiane Cristina, com uma tia. Quando a responsável voltou do trabalho, percebeu que a filha havia desaparecido.

Ela queria ir comigo para o trabalho na parte da manhã. Falei que não podia, mas estava muito inquieta, não estava trabalhando, nem estudando e queria ir comigo. Fui trabalhar normalmente, mas no meio do trabalho, minha irmã ligou falando do desaparecimento da Beatriz.

Daiane Cristina

Durante a manhã desta quarta-feira (30), a Polícia Civil divulgou informações sobre as investigações para resolver o quebra-cabeça do desaparecimento e até mesmo possível sequestro.

A Beatriz desapareceu na data de 15 de julho e, a partir desse momento, a delegacia iniciou as diligências policiais, através de câmeras de videomonitoramento, análise do cartão do GVBus. Vimos que ela havia passado o cartão no terminal duas vezes e surgiu um alerta de que ela poderia ter sido sequestrada, o que ocasionou o motivo do acionamento do Alerta Amber.

Delegada adjunta da DEPD, Gabriela Enne Barbosa

Adolescente foi localizada por uma mulher

Durante o dia 19 de julho, uma mulher viu Beatriz sozinha na praia, em uma situação de vulnerabilidade, e a levou para casa. No local, reconheceu a foto da adolescente em um alerta.

Uma senhora viu a Beatriz em uma situação de vulnerabilidade, levou a adolescente para casa, deu banho, alimentação e começou a fazer buscas pelos responsáveis. Nesse mesmo dia, que ela encontrou, viu no Facebook um anúncio da foto da Beatriz com o telefone de contato e do desparecimento.

Delegada adjunta da DEPD, Gabriela Enne Barbosa

A mulher entrou em contato com a polícia, que acionou o Conselho Tutelar e a Delegacia de Pessoas Desaparecidas. “Através desse anúncio no Facebook que logramos êxito em encontrar a Beatriz, com a colaboração da sociedade, que foi essa senhora”.

A Polícia Civil vai continuar as investigações do caso e ouvir pessoas que tiveram contato com a adolescente. Até o momento, não foram encontrados indícios de crime e as autoridades acreditam que a fuga tenha sido voluntária.

Como funciona o Ambert Alert?

A cooperação técnica entre o Ministério da Justiça e a Meta se dá por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Diretoria de Operações e Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Após identificar que a ocorrência se enquadra nos requisitos do Amber Alert – vítima criança ou adolescente, desaparecida em circunstâncias suspeitas e com risco de lesão corporal –, a Polícia Civil reporta a ocorrência ao Ciberlab, que, por sua vez, comunica a Meta.

A empresa, então, divulga fotos e descrição das roupas em um raio de 160 km do local da ocorrência, por meio do Instagram e Facebook. Para garantir maior visibilidade possível, todas as pessoas com perfil nas redes sociais dentro dessa área receberão notificação.

Alguns pré-requisitos que são seguidos

Segundo o site do Ambert Alert Brasil, o alerta só será implementado se preenchidos os seguintes requisitos:

  • Criança e adolescente, menor de 18 anos, desaparecido em situação de risco de morte ou lesão corporal grave;
  • Desaparecimento recente e não voluntário;
  • Autorização dos pais para inclusão do alerta;
  • Fotografia recente e com boa resolução autorizada pela família;
  • Ofício da autoridade policial do ponto focal de cada estado solicitando a inclusão.

Polícia informa que não é necessário aguardar 24h

A delegada Gabriela Enne Barbosa alerta que não é necessário aguardar 24h para registrar o desaparecimento de uma pessoa.

Essa informação de que os pais ou responsáveis legais devem aguardar 24h para comunicar sobre o desaparecimento não é procedente. Pelo contrário, quanto mais rápido acionar a delegacia, fornecer número de telefone, contato de pessoas que estiveram com ela e todas as informações possível, a gente consegue ter êxito em localizar o desaparecido.

Delegada adjunta da DEPD, Gabriela Enne Barbosa

*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record

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