Austrália e Reino Unido assinam tratado que impulsiona construção dos submarinos nucleares SSN-AUKUS

Os governos da Austrália e do Reino Unido firmaram no dia 26 de julho um novo tratado que marca um passo decisivo no desenvolvimento dos submarinos de ataque movidos a energia nuclear SSN-AUKUS.

O acordo, batizado de Treaty for the Nuclear Powered Submarine Partnership and Collaboration — também conhecido como Tratado de Geelong — estabelece a base legal e operacional para a cooperação bilateral na construção, operação, manutenção e futura desativação dos submarinos, que serão fabricados em território australiano.

O novo tratado complementa o Acordo Trilateral de Propulsão Naval Nuclear da AUKUS, firmado entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, que entrou em vigor em janeiro de 2025 como parte do Pilar I da aliança AUKUS — o pilar dedicado ao compartilhamento de tecnologia de submarinos nucleares.

A cerimônia de assinatura contou com a presença do vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, e do secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey. Marles descreveu o tratado como “a evolução natural do que já havia sido acordado” entre os dois países, destacando que agora os compromissos assumidos ganham força jurídica e institucional.

“É um marco crítico para tornar realidade o AUKUS. Este tratado formaliza o desenvolvimento conjunto entre Reino Unido e Austrália de uma nova classe de submarinos, que será operada por ambos os países a partir do início da década de 2040”, afirmou Marles.

Construção e impacto industrial

A construção dos submarinos SSN-AUKUS será baseada no projeto de nova geração da Marinha Real Britânica e terá início no final desta década no estaleiro de Osborne, no sul da Austrália. A iniciativa deverá gerar milhares de empregos altamente especializados e consolidar a infraestrutura necessária para que a Austrália opere, de forma soberana, uma frota de submarinos com propulsão nuclear.

Além disso, o tratado prevê benefícios diretos para a indústria australiana, como maior acesso ao mercado britânico, redução de barreiras comerciais e ampliação das oportunidades de investimento, promovendo o fortalecimento das cadeias de suprimento trilaterais com Reino Unido e Estados Unidos.

Cooperação naval e presença rotacional

Outro aspecto importante do acordo é o reforço à presença rotacional de submarinos nucleares britânicos da classe Astute na base de HMAS Stirling, na costa oeste australiana, sob a iniciativa Submarine Rotational Force – West. Esta presença já conta também com submarinos norte-americanos e representa um passo estratégico rumo à prontidão operacional total da Austrália, prevista para os primeiros anos da década de 2030.

Compromissos internacionais e próximos passos

O tratado reafirma o compromisso da Austrália com o regime global de não proliferação nuclear, bem como com todas as obrigações nacionais e internacionais em relação à segurança, proteção e salvaguardas nucleares.

A próxima etapa será o processo de ratificação legislativa do tratado, tanto no Parlamento australiano quanto no britânico. Após a aprovação, o acordo dará respaldo legal integral ao programa SSN-AUKUS por pelo menos cinco décadas.

A assinatura do Tratado de Geelong é vista como mais um sinal do compromisso duradouro entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos para a segurança do Indo-Pacífico, em meio a um cenário geopolítico cada vez mais desafiador.■


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