Crítica: ”Sandman” fecha o ciclo com arcos fantásticos

Os capítulos finais da série ”Sandman” estreiam na Netflix (Foto: Reprodução/X/@Netflix_Sandman)

A segunda e última temporada de “Sandman”, dividida em dois volumes, mergulha nos arcos mais densos e emocionais da obra de Neil Gaiman. A série continua a jornada de Morfeu, interpretado com elegância por Tom Sturridge, aprofundando as questões que cercam o personagem e sua relação com o mundo dos humanos e dos Perpétuos.

Com direção mais segura e uma sensibilidade narrativa refinada, os novos episódios exploram temas como luto, perdão, sacrifício e o preço de nossas escolhas. Há uma evolução perceptível na construção deste universo místico e melancólica, assim como nas motivações dos personagens. A adaptação continua sendo fiel ao espírito do material original, abraçando o audiovisual com elegância.

Arcos narrativos fantásticos

A jornada de Morfeu ganha uma conclusão épica. Foto: (Reprodução/X/@Netflix_Sandman)

A temporada se inicia com o retorno de Morfeu ao Inferno. Ao tentar resgatar uma alma inocente, o Lorde dos Sonhos acaba se envolvendo em disputas entre entidades cósmicas e religiosas, sendo forçado a confrontar erros do passado e sua própria rigidez em novos desdobramentos. A narrativa aos poucos vai se tornando cada vez mais íntima, principalmente com o arco onde o personagem acompanha sua irmã caçula Delírio em busca do irmão desaparecido, Destruição.

As jornadas da nova temporada revelam os contrastes que existem entre os Perpétuos e aprofunda o questionamento sobre liberdade e o peso de responsabilidades, mantendo o tom filosófico do primeiro ano.

A temporada desacelera para dar espaço à contemplação, conectando os dilemas dos imortais ao sofrimento humano, destacando que a medida que a produção se aproxima do final, sentimos cada vez mais impacto com a intensidade das dores e decisões do protagonista, culminando em um final bastante emotivo.

Encerramento sólido

Visualmente, a série mantém sua estética hipnótica, uma fotografia sombria com os cenários grandiosos, além de uma direção de arte elegante que reforça o conceito de um universo onírico. As atuações em geral estão ainda mais refinadas, sustentando a série na força de seus personagens e nos pequenos gestos que revelam suas dores.

Se a primeira temporada apresentou o universo, a segunda se destaca por aprofundar os dilemas e evoluir junto com seu protagonista, deixando de lado a estrutura episódica para abraçar uma narrativa mais fluída e madura. Apesar de um episódio extra, que estreia nesta quinta-feira (31), a série da Netflix fecha a história se despedindo como uma das adaptações mais sofisticadas baseadas em quadrinhos feitas para a televisão.

*Texto sob supervisão da editora Maeli Radis.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.