Tarifas de Trump contra Brics geram ‘tensão na economia global’, diz ex-presidente russo, Dmitry Medvedev

O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que a imposição de tarifas sobre produtos dos países do Brics pelos Estados Unidos se soma a constantes ameaças que a Casa Branca vem fazendo.

Segundo Medvedev, a política permanente de adotar restrições tarifárias por parte de Washington cria uma tensão na economia mundial.

“Fala-se muito agora sobre a imposição de vários tipos de tarifas e direitos comerciais. Isso cria tensão no perímetro da economia mundial, com a imposição de tarifas, inclusive em relação aos países do Brics”, disse Medvedev.

“É óbvio que todas essas decisões se somam às constantes ameaças de imposição de novas sanções contra diversos Estados”, completou o vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia.

Ao comentar as sanções aplicadas diretamente a Moscou, Medvedev lembrou que cerca de 30 mil sanções foram impostas contra a Rússia. De acordo com ele, “todas ilegais”.

“Há cerca de 30 mil sanções ilegais e ilícitas contra o nosso país, vindas de vários Estados. Ou seja, decisões que foram tomadas não no âmbito do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, mas unilateralmente ou por vários países”, disse Medvedev.

Ele observou que tal política leva a um desequilíbrio em todo o sistema de comércio mundial e, para neutralizar esse tipo de comportamento, é necessário fortalecer os laços horizontais entre os países do Brics.

A declaração acontece em meio à medida do presidente estadunidense Donald Trump, assinada na última quarta-feira (30), que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

A tarifação entra em vigor na próxima quarta-feira (6). A Casa Branca justificou a decisão com base na International Emergency Economic Powers Act, alegando que ações do governo brasileiro representam uma “ameaça extraordinária” à segurança nacional dos EUA.

Ficaram de fora da taxação alguns itens listados como essenciais à cadeia produtiva dos Estados Unidos. Entre os produtos isentos estão o petróleo cru, o suco de laranja concentrado, aviões comerciais e suas partes, além de medicamentos, reagentes imunológicos, instrumentos de uso médico-cirúrgico e chapas finas de aço inoxidável. A exclusão desses produtos consta na ordem executiva publicada pela Casa Branca.

Anteriormente, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, ao comentar o ultimato de 10 dias que Trump fez à Rússia, ameaçando impor tarifas ao país e seus parceiros caso não haja avanços de paz sobre a Ucrânia, reforçou que já foram impostas tantas sanções contra a Rússia que a ameaça de novas sanções se tornou rotina.

“Um número sem precedentes de sanções e todos os tipos de outras restrições já foram anunciadas contra a Rússia e nossos parceiros internacionais, de modo que, em geral, ameaças de novas restrições se tornaram rotina”, disse Zakharova.

A porta-voz da diplomacia russa enfatizou que nenhuma ameaça de ninguém pode ter um efeito positivo no processo de normalização das relações.

Em 14 de julho, Trump prometeu que Washington imporia tarifas à Rússia se não houvesse acordo sobre a Ucrânia em 50 dias. No entanto, em 28 de julho, o líder americano alterou as “condições” e disse que reduziria esse período para 10 a 12 dias.

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