
O médico capixaba Cesar Ronaldo Filho está com a família no Japão e relatou como foi passar pelo risco de tsunami e como ficou o país com o alerta emitido na quarta-feira (30). Os capixabas precisaram deixar as áreas costeiras e se abrigar em uma região mais alta.
Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu o extremo Leste da Rússia, na terça-feira (29) (horário de Brasília, manhã de quarta-feira em Moscou), gerando um tsunami que atingiu o território russo, o Japão e o Havaí com ondas de 3 a 4 metros. É o mais forte no mundo desde o de 2011, que causou o desastre nuclear de Fukushima.
O oftalmologista estava com a esposa, o pai, o filho e a sogra no balneário de Atami, que fica a 100km ao Sul de Tóquio, quando foram surpreendidos pelo alerta de emergência que receberam nos celulares por volta das 10h no horário local.
Estava tudo em japonês. Tive curiosidade de ver, então tirei print da tela, coloquei no tradutor e vi que era um alerta de tsunami.
Cesar Ronaldo Filho
O alerta emitido pelas autoridades de prevenção de desastres da cidade de Odawara dizia que ondas de até 3 metros poderiam atingir a região por volta das 11h30. A orientação era de que a população deixasse a costa imediatamente.

Praias foram evacuadas após o alerta de tsunami
O médico e a família tinham acabado de chegar na praia, que estava deserta, e foram alertados pelo taxista que não poderiam ficar próximos do mar. O capixaba conta que todas as praias foram evacuadas e as regiões costeiras ficaram vazias enquanto havia risco de tsunami.
Cesar conta que chegou a acessar o site das autoridades de prevenção de desastres, equivalente à Defesa Civil no Brasil, onde havia orientações e locais de risco. Além disso, os celulares também recebiam mensagens com orientações e as informações também eram atualizadas nos telejornais.
A população se deslocou para a região alta da cidade, onde fica o Castelo de Atami, um dos pontos turísticos do balneário. Lá, os capixabas ficaram abrigados até cerca de 13h30, quando puderam deixar o local.
Eles foram de trem-bala para Tóquio, onde chegaram no final da tarde de quarta-feira. Segundo Cesar, algumas linhas precisaram ser suspensas, principalmente as que se deslocavam em direção ao Norte do país, mas os horários do transporte que os capixabas pegaram não foram alterados.
O alerta máximo de tsunami foi reduzido para amarelo às 19h em Tóquio, onde estavam, e às 21h em toda a costa Leste japonesa.
Médico destaca ação de prevenção bem organizada
Apesar do susto, o médico afirma que em nenhum momento houve pânico e que toda a ação de prevenção foi muito bem organizada.
Foi tudo tranquilo, ninguém ficou com medo, nem nada. A cidade é toda muito preparada. Não vimos sinal de pânico, pessoas nervosas, correndo ou gritando. Lá em cima era um ponto turístico, nem parecia que tinha nada. As pessoas estavam se divertindo, tomando sorvete e as crianças estavam brincando.
Cesar Ronaldo Filho
Segundo Cesar, nenhuma onda forte foi vista, mas a maré ficou mais alta. A única coisa diferente que os brasileiros relataram ter observado foi que os barcos se afastaram do cais para fugir do risco de tsunami.
“Tudo normal. Em Tóquio, nenhum sinal de tsunami. As lojas estavam abertas e as pessoas comprando. Tudo funcionando normalmente”.
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos