
Uma troca pública de farpas entre duas figuras políticas de peso escalou rapidamente para o campo da segurança global, envolvendo ameaças veladas e o deslocamento de submarinos nucleares. O episódio, ocorrido no final de julho, teve como protagonistas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.
Tudo começou com declarações de Donald Trump. No dia 29 de julho, o republicano, com 79 anos, estabeleceu um prazo curto: afirmou que a Rússia teria “dez ou doze dias” a partir daquela data para concordar com um cessar-fogo na Ucrânia. Como consequência para a recusa, Trump ameaçou impor tarifas punitivas contra a Rússia e países compradores de seu petróleo.
A resposta russa veio através de Dmitry Medvedev, publicada no Telegram. Ele qualificou a estratégia de Trump como “um jogo de ultimatos”. Medvedev prosseguiu com um tom desafiador, sugerindo que a reação nervosa de Trump às suas palavras indicava que a Rússia estava no caminho certo.
O ponto mais inquietante da mensagem, porém, foi uma referência direta ao temido sistema nuclear russo conhecido como “Mão Morta”. Medvedev alertou Trump para lembrar “quão perigosa a lendária ‘Mão Morta’ pode ser”. Esse sistema, altamente sigiloso, é projetado para lançar automaticamente um contra-ataque nuclear caso a liderança russa seja eliminada em um ataque inimigo.
A reação de Trump foi rápida e contundente. No dia seguinte, 1º de agosto, ele utilizou sua rede social, Truth Social, para fazer um anúncio significativo. Afirmou que, “com base nas declarações altamente provocativas” de Medvedev, ordenara o posicionamento de dois submarinos nucleares em “regiões apropriadas”.
Trump justificou a medida como uma precaução tomada “por via das dúvidas”, caso as palavras do russo representassem ameaças reais. Ele enfatizou que “palavras são muito importantes e podem frequentemente levar a consequências não intencionais”, expressando esperança de que este não fosse um desses casos.
A natureza exata dos submarinos mobilizados gerou dúvidas imediatas. A declaração de Trump não esclareceu se as embarcações eram submarinos de propulsão nuclear (movidos a energia nuclear, mas podendo carregar armas convencionais) ou submarinos de mísseis balísticos nucleares (portadores de ogivas nucleares).
Em entrevista posterior, Trump foi mais direto ao classificar os comentários de Medvedev como uma ameaça, afirmando que sua ação foi baseada na “segurança de nosso povo”. “Uma ameaça foi feita por um ex-presidente da Rússia. E vamos proteger nosso povo”, declarou.
Especialistas em segurança internacional analisaram o episódio como uma escalada retórica preocupante, embora não necessariamente militar no sentido operacional imediato. Daryl Kimball, diretor executivo da Associação de Controle de Armas, foi enfático ao criticar a postura de Trump, classificando o movimento como “irresponsável e inadvisável”. Kimball ressaltou que “nenhum líder ou vice-líder deveria estar ameaçando guerra nuclear, muito menos de maneira juvenil nas redes sociais”.
O silêncio do Kremlin sobre o assunto permaneceu notável na sequência imediata dos fatos. O governo russo não emitiu nenhum pronunciamento público oficial sobre as declarações de Medvedev ou sobre a resposta de Trump envolvendo os submarinos nucleares.
O incidente deixou claro como tensões geopolíticas complexas podem ser inflamadas por declarações públicas em plataformas digitais, envolvendo rapidamente o espectro sombrio do arsenal nuclear. A troca serviu como um alerta sobre os riscos da retórica agressiva entre nações dotadas de armamento atômico, mesmo quando veiculada por figuras que já não ocupam formalmente os mais altos cargos executivos.
Esse Trump ordenou que submarinos nucleares ficassem mais próximos da Rússia depois que o ex-presidente russo fez uma ameaça severa a ele foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.