Hacker Walter Delgatti vai depor no processo de cassação de Zambelli na Câmara, informa defesa


PGR denuncia Carla Zambelli e Walter Delgatti em investigação de invasão do site do CNJ
A defesa do hacker Walter Delgatti, que cumpre pena em Tremembé (SP) pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrada em 4 de janeiro de 2023, confirmou nesta quarta (6) que ele prestará depoimento na Câmara no âmbito do processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, Delgatti foi convidado a depor no processo de cassação na condição de testemunha de Zambelli.
Conforme o convite, os depoimentos estão previstos para os dias 13 e 20 de agosto. O hacker não era obrigado a aceitar. Sua participação deve ser por meio de videoconferência, já que ele cumpre pena de 8 anos e 3 meses de prisão na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior paulista.
A defesa da deputada Carla Zambelli havia pedido à Câmara a realização de uma acareação com Delgatti. Desde que foi preso em agosto de 2023, o hacker acusa a deputada de ter participado, junto com ele, da invasão do sistema do CNJ. Zambelli sempre negou.
Perfil: condenado junto com Zambelli por invasão ao CNJ, hacker de Araraquara foi figura central na ‘Vaza Jato’
Delgatti inseriu no sistema do Judiciário um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “assinado” por ele mesmo. O documento foi divulgado na imprensa e animou os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que naquele momento — janeiro de 2023 — estavam acampados na frente de quartéis.
Segundo a decisão do STF que condenou Delgatti e Zambelli, a invasão do CNJ teve o objetivo de desacreditar o Poder Judiciário.
A deputada Carla Zambelli postou foto de encontro com Walter Delgatti
Reprodução/Twitter
O Supremo entendeu que a deputada incitou o hacker a agir, e por isso ela pegou uma pena maior que ele, de 10 anos de prisão. No celular de Zambelli, que foi apreendido, a Polícia Federal encontrou os mesmos documentos que Delgatti inseriu no sistema do CNJ.
Um dos documentos havia sido aberto no celular de Zambelli somente 22 segundos depois de ter sido inserido no sistema do Judiciário, de acordo com a perícia da PF.
Além de condenar a deputada à prisão, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, determinar a perda do mandato. A Câmara, então, abriu um processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no qual Delgatti será ouvido.
Zambelli está presa na Itália, em um presídio nos arredores de Roma. O Brasil pediu ao governo italiano a extradição da parlamentar, que hoje está formalmente licenciada do mandato. Não há prazo para que a Itália decida sobre a extradição de Zambelli.
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