Israel aprovou, na madrugada desta sexta-feira (8), o plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “assumir o controle” da Cidade de Gaza, sob o pretexto de “derrotar o Hamas”. O grupo islâmico, por sua vez, classificou a decisão do governo israelense como “crime de guerra” e acusou Netanyahu de “abandonar os reféns” em troca de “interesses pessoais e agenda ideológica extremista”.
Na quinta-feira, Netanyahu afirmou à rede Fox News que Israel pretende controlar totalmente a Faixa de Gaza, mas sem “governá-la” ou “mantê-la”, transferindo a administração a forças árabes que não representem ameaça ao país.
O plano aprovado pelo gabinete de segurança inclui cinco princípios: desarmamento do Hamas; devolução de todos os reféns, vivos ou mortos; desmilitarização de Gaza; controle israelense da segurança no território; e criação de um governo civil alternativo, sem participação do Hamas ou da Autoridade Palestina.
O alto comissário das ONU para os direitos humanos, Volker Türk, condenou a estratégia israelense e afirmou, em comunicado, que o plano “deve ser interrompido imediatamente”.
A decisão do gabinete de segurança de avançar no controle militar também é criticada pelo Fórum das Famílias, a principal organização de parentes dos prisioneiros israelenses, que acusa o governo de abandonar as pessoas que estão sob poder do Hamas e ignorar alertas militares e a opinião pública. Segundo Israel, 49 do total de 251 reféns capturados em 2023 seguem em Gaza e outros 27 estão mortos.
Do outro lado, o genocídio israelense em Gaza já causou mais de 61 mil mortes, em grande parte civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, com dados reconhecidos pela ONU. Ainda de acordo com a Organização das Nações Unidas, 86,3% do território está militarizado e sob ordens de evacuação.
Atualmente, Israel controla ou atua em cerca de 75% da Faixa de Gaza, com posições fixas na fronteira e bombardeios desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas que deixou 1.219 mortos em Israel.
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