A Suzano, maior produtora de celulose de mercado do mundo, encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 5 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 3,77 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, a melhora significativa do resultado foi impulsionada principalmente pela valorização do real frente ao dólar, que caiu 5% no trimestre, em contraste com uma alta de 11% no mesmo período de 2024. Isso gerou um resultado financeiro líquido positivo de R$ 4,42 bilhões, frente ao prejuízo de R$ 11,07 bilhões no segundo trimestre do ano passado.
As variações cambiais e monetárias elevaram o resultado financeiro da empresa em quase R$ 3 bilhões. Além disso, operações com derivativos também contribuíram com um resultado positivo de R$ 2,66 bilhões.
A receita líquida da Suzano cresceu 16% na comparação anual, totalizando R$ 13,3 bilhões. O avanço foi puxado por um aumento no volume de vendas, alta de 28% na celulose e de 24% no papel, além da valorização do dólar médio frente ao real (+9%) e da contribuição da nova operação da Suzano Packaging US. Esses fatores compensaram, parcialmente, a queda de 20% no preço médio da celulose em dólar.
A companhia vendeu 3,27 milhões de toneladas de celulose no trimestre, crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas de papel somaram 235 mil toneladas, alta de 24%. O Ebitda ajustado somou R$ 6,09 bilhões, avanço de 25% na comparação trimestral, mas queda de 3% na base anual. A margem Ebitda ficou em 46%, nove pontos percentuais abaixo de 2024. A geração de caixa operacional caiu 8%, para R$ 4,15 bilhões.
Em 30 de junho, a dívida líquida da empresa era de R$ 70,8 bilhões (US$ 13 bilhões), inferior aos R$ 74,2 bilhões (US$ 12,9 bilhões) registrados em março. A alavancagem medida em dólar ficou em 3,1 vezes.

INVESTIMENTO REVISADO APÓS ACORDO COM A ELDORADO
A Suzano anunciou a revisão de seu plano de investimentos para 2025, que passa de R$ 12,4 bilhões para R$ 13,3 bilhões. A mudança reflete a assinatura de contrato com a Eldorado Brasil Celulose, envolvendo a permuta de 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé no Mato Grosso do Sul.
O acordo prevê que a Eldorado cederá madeira madura para a Suzano colher entre 2025 e 2027. Em troca, a Suzano entregará madeira imatura para colheita da Eldorado entre 2028 e 2031. A transação inclui ainda pagamento de R$ 1,32 bilhão da Suzano à Eldorado, sendo R$ 878 milhões em 2025 e R$ 439 milhões em 2026.
“Por meio desta transação, a Suzano captura uma oportunidade estratégica para ampliar a idade média de sua base florestal no Estado do Mato Grosso do Sul, viabilizando maior eficiência de suas operações com a redução do custo de colheita da madeira e do consumo específico de madeira na produção de celulose; bem como uma menor necessidade de investimento em novos plantios de eucalipto e compra de madeira de terceiros”, afirma a companhia em comunicado ao mercado.
Segundo a Suzano, a operação trará maior flexibilidade na gestão da base florestal e poderá permitir aumento de produção futura sem necessidade de novos investimentos.
PRODUÇÃO DE CELULOSE ABAIXO DA CAPACIDADE
A companhia também informou que a produção de celulose de mercado nos próximos 12 meses será cerca de 3,5% inferior à sua capacidade nominal.
“Esta decisão se baseia no fato de que tal volume de produção não traria retorno adequado para a companhia em um momento de mercado de celulose mais desafiador”, diz a Suzano.
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