Especialistas são obrigados a investigar caso de mulher de 20 anos que “não consegue parar de ter orgasmos” e ninguém sabe o motivo

Especialistas são obrigados a investigar caso de mulher de 20 anos que "não consegue parar de ter orgasmos" e ninguém sabe o motivo

Já pensou em sentir excitação sexual constante, sem qualquer estímulo ou desejo, culminando em múltiplos orgasmos involuntários ao longo do dia?

Enquanto isso pode soar como uma fantasia inusitada para alguns, para quem vive com o Transtorno de Excitação Genital Persistente (PGAD), essa realidade é fonte de intenso sofrimento e disfunção. Essa condição neurológica rara, mas subdiagnosticada, desafia médicos e transforma a vida dos pacientes num turbilhão de desconforto físico e emocional.

O caso de uma jovem chinesa de 20 anos ilustra a gravidade do PGAD. Há cinco anos, ela enfrenta uma maré incessante de orgasmos espontâneos, totalmente dissociados de qualquer pensamento ou atividade sexual. A situação é tão debilitante que ela foi incapaz de continuar os estudos ou manter um emprego.

Relacionamentos tornaram-se um campo minado de dificuldades devido ao constrangimento e à dor constante. Seus problemas começaram ainda mais cedo, aos 14 anos, com aumento de sensibilidade e episódios psicóticos que a levaram à hospitalização, embora tratamentos psiquiátricos e antiepilépticos não tenham resolvido os sintomas centrais.

A busca por respostas levou-a a neurologistas. Exames detalhados, incluindo monitoramento por eletroencefalograma (EEG) e avaliações físicas, descartaram epilepsia ou anormalidades estruturais evidentes.

O diagnóstico final recaiu sobre o PGAD. Esse transtorno faz com que os órgãos genitais entrem em estado de excitação persistente e incontrolável, frequentemente resultando em orgasmos repetidos, sem qualquer vontade ou estímulo sexual por parte da pessoa. É uma desconexão profunda entre o corpo e a mente.

Os sintomas do PGAD vão além dos orgasmos involuntários. Muitos pacientes relatam sensações incômodas e persistentes na região genital: pressão, latejamento, queimação, coceira intensa ou uma sensação de formigamento, como alfinetadas. A diferença crucial entre o PGAD e a excitação sexual saudável está justamente no controle e na sensação.

A excitação desejada é prazerosa e antecipa uma sensação de alívio e bem-estar. O PGAD, por outro lado, é uma intrusão indesejada, imprevisível e sem alívio, causando angústia profunda e uma sensação de perda de controle sobre o próprio corpo.

Apesar de ter sido formalmente descrito apenas em 2001, estima-se que o PGAD possa afetar cerca de 1% das mulheres nos Estados Unidos, sendo significativamente mais raro em homens. O subdiagnóstico é um problema sério, muitas vezes devido ao constrangimento dos pacientes ou à falta de conhecimento dos profissionais de saúde.

As causas exatas permanecem um enigma médico. Especialistas investigam várias possibilidades: danos ou irritação em nervos da região pélvica, anormalidades na coluna vertebral (especialmente na região lombar), efeitos colaterais de medicamentos (particularmente mudanças na dosagem ou interrupção de antidepressivos como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina – ISRS) e desequilíbrios em neurotransmissores, especialmente a dopamina, que desempenha um papel fundamental nos sistemas de recompensa e excitação do cérebro.

O tratamento é complexo e altamente individualizado, focando no gerenciamento dos sintomas, pois uma cura definitiva ainda não existe. Abordagens podem incluir fisioterapia pélvica para aliviar a tensão muscular, medicamentos para modular a atividade nervosa ou os níveis de neurotransmissores, e suporte psicológico essencial para lidar com o impacto devastador na qualidade de vida.

Cada caso exige uma investigação cuidadosa para identificar possíveis fatores desencadeantes ou agravantes. A jornada da jovem chinesa, acompanhada por médicos do Hospital Universitário Peking Six, é um lembrete gritante do longo caminho que a medicina ainda precisa percorrer para desvendar e tratar efetivamente essa condição que transforma uma função corporal natural numa fonte de tormento diário.

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