
Guarda às margens do rio Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
A Guarda Civil Metropolitana de Piracicaba (GCMP) perdeu 86 trabalhadores em 10 anos. O número equivale a 20% do efetivo. Em 2015, eram 424 colaboradores nas ruas. Já em julho de 2025, a corporação atuou com 338 guardas.
O g1 teve acesso aos dados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Enquanto o número de guardas caiu, o da população piracicabana cresceu 16% na comparação entre os dois últimos Censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eram 364.571 pessoas em Piracicaba em 2010. Em 2022, o número subiu para 423.323.
Prejuízos
O g1 ouviu três guardas que pediram para não serem identificados e relataram prejuízos decorrentes da diminuição de agentes.
Entre os destaques citados estão:
dificuldade em atender ocorrências;
diminuição de inspetorias;
desativação do Pelotão Ciclístico.
O que é a GCMP: trata-se de um órgão da prefeitura responsável por proteger bens, serviços, logradouros e instalações públicas do município. A guarda também pode realizar autuações, apreensões, atuar no trânsito, proteger escolas e o meio ambiente, sempre dentro das competências municipais e em articulação com outros órgãos.
Guarda Civil de Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
Uma viatura por polo
Segundo dois guardas, que afirmaram ter mais de 10 anos de carreira pública, há uma viatura por posto regional da GCMP e, quando surgem duas ou mais demandas simultâneas, é preciso fazer escolha por prioridade.
“Se estamos atendendo a um acidente e surge outra ocorrência, por exemplo, a outra ocorrência tem que esperar”, afirma o GCMP ao g1.
A prefeitura de Piracicaba confirmou que há uma viatura por turno de cada polo regional.
Diminuição de Polos Regionais
Já no caso dos Polos Regionais (PR) da GCMP, que antes eram descritos como inspetorias, caíram de seis para quatro. A mudança, segundo um dos guardas ouvidos, acarretou o acúmulo de demandas de uma ou mais regiões para um mesmo grupo de agentes.
Hoje em dia, esses são os PRs da GCMP de Piracicaba:
PR 1 fica com a Zona Sul;
PR 2 com a Zona Norte e Oeste;
PR 5 com a Zona Leste;
PR 6 com a região central.
O que é um PR: unidade responsável por supervisionar e coordenar as atividades de um determinado grupo de guardas municipais ou área de atuação.
Desativação do Pelotão Ciclístico
A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes confirmou ao g1 a desativação do Pelotão Ciclístico em 2025.
O g1 questionou quando a desativação ocorreu e quando o serviço voltará às ruas, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.
“O Patrulhamento Ciclístico passa por readequação, com estágio de qualificação profissional obrigatório por Lei dos seus membros […] Dessa forma, alguns GCMs serão encaminhados para o patrulhamento motorizado e de Unidades de Pronto Atendimento”, afirma a pasta.
Antes de ser desativado, o Pelotão Ciclístico atuava com redução de efetivos. Em 2016, eram 10, segundo publicação da prefeitura. Já em 2025, seis agentes estavam designados ao serviço, sendo que um estava afastado, informou a pasta de segurança pública.
“O Patrulhamento Ciclístico atua, principalmente, na área central e em corredores comerciais. Durante esse período, esses pontos serão atendidos pelo patrulhamento com motos e viaturas”, escreve a pasta de segurança pública ao g1.
Grupamentos atuais
Os pelotões, as rondas especiais e as patrulhas são grupamentos tático-operacionais especializados destinados a atuar em atividades específicas da corporação. Segundo a pasta de segurança pública, a GCMP é dividida nos seguintes Pelotões e Grupamentos em agosto de 2025:
Escolar;
Ambiental;
Trânsito;
Rural;
Ronda Ostensiva Municipal (ROMU);
Patrulha Maria da Penha;
Canil;
Motocicletas;
Direito Animal.
Viatura da Patrulha Maria da Penha, em Piracicaba
Felipe Ferreira/ Prefeitura de Piracicaba
Motivação segundo a prefeitura
A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes informou que a baixa no efetivo se dá por conta de aposentadorias, falecimentos, exonerações e afastamentos médicos e que tem trabalhado para ampliar o número de agentes.
“A Administração realiza estudo para a reforma do novo Estatuto da Guarda Civil para, assim, complementar o efetivo de maneira correta e o mais breve possível”, afirma em nota ao g1.
O que diz o sindicato
O presidente do Sindiguarda, Gisson Amorim Costa, afirmou que realiza tratativas com a prefeitura a fim de aumentar o efetivo.
“O Sindiguarda entende que é necessário contar com um efetivo capaz de atender às demandas da cidade. Acreditamos que a atual administração está empenhada em realizar essas adequações e que, durante esta gestão, teremos a equalização do efetivo e do investimento em tecnologias para complementar a segurança pública municipal”, afirma Amorim.
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