
No Dia do Garçom, celebrado em 11 de agosto, a história de João Barbosa dos Santos, 60 anos, retrata quem exerce a profissão com paixão e entrega. Vigilante de profissão e garçom nas horas vagas, João nasceu em Jaguaquara, mas foi criado em Feira de Santana.
João Garçom, como é conhecido pelos seus colegas, acumula três décadas de atuação em festas e eventos particulares de Feira de Santana, sempre com o mesmo entusiasmo de quando começou.
“Eu comecei porque gostava mesmo. Via o pessoal trabalhando, conheci dona Núbia, depois dona Marcela Rilda, que têm buffets, e fui aprendendo. Foi assim que entrei nesse mundo”.

Mesmo tendo a carteira assinada como vigilante, João não abre mão de vestir a camisa de garçom em festas nos fins de semana.
“É uma diversão pra mim. Eu brinco com os colegas, com os convidados, encontro gente que não via há muito tempo. Não é só servir comida e bebida. Tem um segredo: é dedicação, elegância, alegria e tratar bem o cliente. Quando você faz com amor, o cliente sente”, destacou.
João nunca trabalhou em bares ou restaurantes. Sempre atuou em festas privadas, onde é comum receber convites diretamente dos clientes ou de buffets que confiam em seu profissionalismo. Ele afirmou ao Acorda Cidade que a média de pagamento por diária é de R$ 200, mas muitos acabam pagando até mais pela qualidade do serviço prestado.
“Tem festa que é de cinco horas, outras que vão até de madrugada. A gente serve o que tiver: comida, bebida, salgadinho, refrigerante, tudo. Não tem isso de dizer ‘não vou servir isso’. A gente vai pra atender bem. Pra 100 pessoas, por exemplo, são necessários uns cinco garçons. Mas até 30 pessoas eu consigo segurar sozinho, consigo dá conta do recado”, garantiu.
O trabalho, apesar de cansativo, é leve para quem carrega amor pela profissão.
“Enquanto trabalho, vou brincando, vou sorrindo. O pessoal pergunta de onde tiro tanta alegria. É deles mesmo! Às vezes, tô servindo e o cliente já pede meu contato para outro evento.”

Mas ser garçom também exige fôlego e resistência. “O garçom passa a noite toda ou o dia, servindo com aquela alegria. E na hora da alimentação, tem buffet que dão comida antes, outros não, mas no dia a dia a gente vai beliscando uma coisa e outra. O mais gratificante é quando você pega um cliente bom ou um buffet que reconhece nosso trabalho”.
Além disso, como tantas outras profissões no país, ser garçom também enfrenta desafios, como a falta de valorização por parte de alguns contratantes.
“Tem buffet que reconhece nosso trabalho, já paga na hora, faz o pix. Isso anima o garçom. Mas tem uns que atrasam, aí a gente tem que ficar cobrando. Hoje em dia, se o buffet dá calote, os garçons espalham. E o buffet perde a equipe”, alertou o profissional em entrevista ao Acorda Cidade.

Valorização profissional
Para João, o mais gratificante é ser reconhecido. “Não existe festa sem garçom. Pode ter comida boa, bebida boa, mas se não tiver quem sirva, não tem festa. O que falta ainda é mais respeito com o profissional. E também amor por parte dos donos dos buffets, porque a equipe faz tudo acontecer.”
Ao Acorda Cidade, João Garçom finalizou deixando sua mensagem aos colegas de profissão.
“Trabalhem com amor. Não importa se a festa é pequena ou o valor baixo. Faça com dedicação. O dinheiro a gente corre atrás, mas a alegria e a satisfação vêm de dentro”, frisou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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