Como a simulação clínica aperfeiçoa a formação em saúde


A simulação clínica é uma metodologia de ensino utilizada na formação em saúde. A coordenadora do Núcleo de Simulação Clínica da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP), Prof.ª Karyna Turra Osternack, explica que a proposta permite que o estudante vivencie casos clínicos muito similares a casos reais, desenvolvendo habilidades fundamentais para a atuação profissional que contribuem para a segurança do paciente e mitigam a margem de erro.
“Por meio de cenários simulados que reproduzem situações da prática clínica, alunos e profissionais de saúde praticam habilidades, raciocínio clínico e tomada de decisão em um ambiente seguro e controlado, aprimorando a segurança do paciente, reduzindo erros e promovendo a competência profissional”, explica Karyna.
Rosiane Guetter Mello, diretora de pesquisa e pós-graduação da FPP, concorda com a importância da metodologia e reforça o impacto prático da simulação clínica. “Ela mimetiza questões reais do dia a dia do profissional da saúde, mas num ambiente protegido, dentro de um laboratório, dentro de um cenário que simula”.
“Os profissionais podem treinar, podem participar daquele cenário e se prepararem para quando estiverem desenvolvendo essas atividades no mundo real. É muito importante para a avaliação e o estímulo a questões de segurança do paciente”, completa Rosiane.
A prática conta com diversos recursos materiais e tecnológicos. Entre eles estão os simuladores de alta fidelidade que possibilitam experiências muito próximas de situações reais. “Os simuladores de alta fidelidade permitem que os alunos vivenciem situações de alta complexidade, como a parada cardíaca, que colocam o paciente em risco. É essencial que os alunos tenham essa experiência em um ambiente seguro, com orientação adequada e a discussão da conduta e experiência da vivência”, comenta Karyna.
“Investir em simuladores avançados é significativo na formação acadêmica dos alunos, pois possibilita a criação de cenários de saúde mais complexos e muito próximos da realidade”, reflete a coordenadora.
Desenvolver habilidades específicas com o apoio dos simuladores confere um alto nível ao aprendizado dos estudantes, pois potencializa a qualidade do processo formativo. “Os simuladores de alta fidelidade mimetizam muito bem o cenário real”, afirma Rosiane.
Além dos aspectos técnicos, Karyna enfatiza que as simulações também auxiliam no controle da ansiedade e da tensão. “Colabora na tomada de decisão em situações complexas de saúde, que exigem do profissional segurança raciocínio clínico assertivo e rápido e comunicação em equipe”, completa.
Nesse sentido, a metodologia de ensino se revela uma tendência sólida na formação em saúde. “Não podemos mais pensar na formação de profissionais da saúde sem oferecer experiências práticas em ambientes seguros”, conclui a professora.
Formação para Pacientes Simulados
Além dos simuladores de alta fidelidade, existem também os pacientes simulados, atores ou estudantes treinados para representar diferentes condições clínicas. Na FPP, essa prática é potencializada por uma iniciativa inédita: a instituição é uma das poucas no Brasil com uma liga dedicada exclusivamente à capacitação de pacientes simulados.
Criada em 2022, a Liga Acadêmica Multiprofissional para Formação de Paciente Simulado (LAMFPS-FPP) conta com a orientação da Prof.ª Karyna Turra Osternack, do Prof. Guilherme Sanches, formado em Artes Cênicas, e o apoio da Direção de Extensão. “A LAMFPS-FPP é única com caráter multiprofissional e exclusiva para paciente simulado. Nela, há capacitação para a dramaturgia, interpretação de script geral e específico da área da saúde, além do uso de maquiagem cênica e a moulage”, explica a docente.
Karyna reforça que os pacientes simulados são parte essencial da simulação clínica, tanto para a aprendizagem quanto para a avaliação. “Eles possibilitam o desenvolvimento de habilidades essenciais na formação do profissional de saúde, como a comunicação”, completa.
Além de ser importante para a aquisição de habilidades, participar da liga confere enriquecimento numa perspectiva multiprofissional. “Interpretar diversos cenários de saúde faz com que o aluno identifique como outras profissões atendem às mesmas condições clínicas. É literalmente o aprender fazendo”, pontua Karyna.
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