Exportações de café do ES caem 13% em julho e receita recua 19%

O café capixaba foi mais comprado por clientes do México em julho. Crédito: Divulgação

As exportações de café do Espírito Santo somaram 432 mil sacas em julho de 2025, uma queda de 13% em relação ao mês anterior. O café solúvel apresentou o maior recuo, com 24% a menos em volume. O conilon também caiu, com retração de 12%, enquanto o arábica teve alta de 4%. Os exportadores embarcaram 30 mil sacas de arábica, 364 mil de conilon e 38 mil de solúvel, segundo dados do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV).

A receita cambial teve redução de 19%. O valor obtido com as exportações em julho foi de US$ 120 milhões (R$ 646 milhões), contra US$ 148 (R$ 797 milhões) milhões em junho. O preço médio por saca ficou em US$ 279 (R$ 1.503), uma queda de 7% em relação ao mês anterior e o segundo mês seguido de retração. Em maio, o preço estava em US$ 339 (R$ 1.827) , e em junho, US$ 300 (R$ 1.617) . No acumulado de 2025, o valor médio da saca exportada é de US$ 308 (R$ 1.660), alta de 61% frente aos sete primeiros meses de 2024.

Na comparação com julho de 2024, a queda foi maior: o volume de embarques recuou 40% e a receita caiu 25%. No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações somam pouco mais de 2 milhões de sacas, 57% a menos que no mesmo período do ano passado. A receita totaliza US$ 635 milhões, queda de 31%.

México lidera compras de café

O México foi o principal destino das exportações capixabas em julho, com 14% do total. Na sequência aparecem Colômbia (13,29%), Bélgica (13,1%), Estados Unidos (8,08%) e Itália (7,98%). No acumulado do ano, a Bélgica lidera as compras com 18,4% do total, seguida pelos Estados Unidos (10,72%) e Argentina (8,66%). Dez países concentram 79% das compras de café do Espírito Santo em 2025.

Os Estados Unidos, tradicional parceiro comercial, registraram queda de 19% nas importações de café capixaba entre junho e julho. A retração foi ainda maior no café solúvel, com redução de 53%. Apesar disso, a participação do país no volume total exportado teve pouca variação, passando de 8,72% para 8,08%. Nos últimos anos, os norte-americanos têm ocupado posição de destaque na compra de solúvel, respondendo em média por um terço das exportações capixabas dessa categoria.

O CCCV informou que, apesar da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao café brasileiro, não houve cancelamento de contratos em julho. No entanto, a entidade avalia que a competitividade do café capixaba cairá. Já que concorrentes como a Colômbia e o Vietnã receberam tarifas menores, de 10% e 20%, respectivamente. O Centro defende medidas para recuperar a competitividade e mantém diálogo com o governo brasileiro e entidades norte-americanas.

A entidade lembra que a competitividade internacional do café brasileiro depende de fatores como tributação, políticas de financiamento, logística portuária bem como promoção comercial. E ainda do cumprimento de exigências como o Regulamento Europeu Antidesmatamento (EUDR). O CCCV reforça que a busca por novos mercados e a manutenção dos atuais são essenciais. Nesse sentido, para reduzir os impactos das tarifas e das oscilações de preços no mercado global.

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