
Enfermeiros e técnicos de enfermagem do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, procuraram o Acorda Cidade para reportar um problema, que segundo eles, é recorrente: o atraso dos salários e o descumprimento do piso salarial.
O funcionários em questão são contratados pela empresa terceirizada Fundação José Silveira. De acordo com informação de uma enfermeira que não desejou se identificar, a classe sabe que os valores são repassados para a Fundação, mas a mesma rétem os pagamentos que sempre chegam atrasados na conta dos trabalhadores.
“É uma situação que já está insustentável, que vem se arrastando há meses. O pagamento referente a agosto, que deveria ter sido quitado até o quinto dia útil do mês, que no caso seria o dia 6, até o presente momento, hoje, dia 14 de agosto de 2025, ainda não foi pago.”
Segundo os profissionais, uma das reivindicações é também o salário dos técnicos de enfermagem que é depositado no valor de R$ 1.268,00, inferior ao salário mínimo. A enfermeira relata também que até em benefícios de direito do funcionário, como as férias remuneradas, o pagamento é atrasado.
“Existem casos gravíssimos, por exemplo, profissionais que saíram de férias em junho, que ainda nem receberam salário da remuneração de férias. O complemento do piso salarial é repassado pelo governo. E sempre, sempre vem atrasado para a gente.”
Ela relata que a situação já foi denunciada ao Ministério Público, ao Conselho de Enfermagem da Bahia (Coren) e ao sindicato, mas nada é resolvido.
“O Coren tem conhecimento, o sindicato tem conhecimento, e a única resposta que o sindicato passa para a gente é que ligou para a fundação e disse que é para a gente aguardar. A função do sindicato não é essa, porque ligar todo mundo liga. A função do sindicato vai além disso. Eles deveriam protocolar essas reclamações, eles deveriam acionar o Ministério Público, dentre outras coisas que eles deveriam fazer e não fazem.”
Uma técnica de enfermagem que também optou por não se identificar, trabalha no local há mais de 15 anos. Ela relata que com o atraso salarial e a retenção do valor integral do piso, as dificuldades começam a surgir para muitos funcionários até mesmo para conseguir ir trabalhar.
“Nosso complemento do piso salarial, desde o mês de maio que estamos sem receber. Nós trabalhamos, cumprimos nossa escala. Somos pais e mães de famílias, que paga aluguel, que precisa de medicamento, que sustenta filhos. Precisamos do nosso salário para pagar nossas contas, até para se deslocar, para vir para o hospital para trabalhar.”
Segundo as profissionais, algumas pessoas estão dependendo de empréstimos ou vaquinhas para conseguir ir vivendo até receber os valores pendentes.
“O que queremos é que a fundação regularize, pague nosso salário em dias, da mesma forma que cobra que a gente trabalhe em dias. Eu solicito que a Sesab tome ciência dessa situação, e adote providências urgentes para garantir o repasse regular e imediato dos valores devido aos trabalhadores”, pontua uma das entrevistadas.
O Acorda Cidade entrou em contato com o Hospital Geral Clériston Andrade, que informou “que a direção da unidade hospitalar não interfere no pagamento dos funcionários. No entanto tem cobrado da Fundação José Silveira agilidade nesse processo e se solidariza com os profissionais que estão com os salários atrasados”.
Até o momento, não conseguimos contato com a Fundação José Silveira.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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