Lula: ‘Não vamos aceitar a criação de uma imagem mentirosa sobre o Brasil’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que o Brasil tem abertura para negociar com os Estados Unidos, mas que não vai aceitar a propagação de mentiras sobre a atuação brasileira no comércio exterior. Ele deu as declarações nesta sexta-feira (15), um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que o Brasil “tem sido um parceiro comercial horrível.”

“A ideia de passar para o mundo que o Brasil é um país horrível para negociar não é verdade. E eu não posso admitir que um presidente de um país do tamanho dos Estados Unidos possa contar a quantidade de inverdades que ele tem contado sobre o Brasil”, afirmou ele.

Desde que anunciou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente estadunidense justifica a postura alegando que as relações comerciais entre as duas nações causam déficit para os Estados Unidos. Ele também acusa a justiça brasileira de ferir direitos humanos, por causa do processo corrente na justiça pela tentativa de golpe de Estado, envolvendo Jair Bolsonaro (PL).

Além de rebater às críticas, Lula defendeu o multilateralismo. “É importante que vocês saibam o por que nós criamos os Brics com os países do Sul Global. É porque nós estávamos cansados de sermos tratados como país do terceiro mundo e queríamos criar um grupo de países com muita similaridade. Aumentamos a nossa relação com os países do Sul Global, porque nós queremos ser respeitados.”

Indústria automobilística

As afirmações do presidente foram feitas durante a inauguração da nova fábrica da montadora chinesa Great Wall Motors (GWM), em Iracemápolis, no interior de São Paulo. A estrutura tem foco na produção de veículos híbridos e no estabelecimento de um polo estratégico de produção e exportação para a América Latina

Adquirida em 2021 pela Mercedes-Benz, a unidade industrial deve receber R$ 10 bilhões de investimentos até 2032. Deste montante, R$ 4 bilhões estão sendo investidos na fase inicial, de 2022 a 2025, e os outros R$ 6 bilhões serão aplicados entre 2026 e 2032.

A planta começa a operar já com cerca de 400 trabalhadores e trabalhadoras. A previsão é de que esse número chegue a mil empregos diretos até dezembro. A fábrica inicia as operações com uma capacidade inicial de produção de 50 mil veículos por ano e deve atingir esse potencial total em até três anos.

Além disso, a fabricante chinesa planeja atingir 60% de nacionalização dos componentes em três anos. Desde o começo, itens como pneus, vidros, rodas, bancos e chicotes elétricos já terão fornecedores locais, e todo o processo de pintura será realizado na planta de Iracemápolis.

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