Campinas registra 4 infrações por adulteração de placas de veículos por dia, diz Emdec
Os radares de Campinas (SP) flagraram 140 carros e motos com placas adulteradas por mês, entre julho de 2024 e junho deste ano. Nesse período, a cidade registrou 1.706 registros com este tipo de irregularidade — uma média de 4,67 infrações por dia.
⚖️ A infração é definida pelo Código de Trânsito Brasileiro como gravíssima e resulta em sete pontos na carteira de habilitação, com multa de até R$ 300. Além disso, circular com a placa ou alguma outra identificação do veículo adulterada é crime e tem pena prevista inicialmente de três a seis anos de prisão.
Além de ser uma ação criminosa, o verdadeiro proprietário passa a ser notificado a cada infração ao trânsito vinculada à placa clonada, podendo gerar transtornos.
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A advogada Paula Capodalio, que atua na metrópole, explica que o problema pode ser resolvido mediante um processo administrativo no Departamento de Trânsito Estadual (Detran) e pelo próprio sistema judiciário. Entenda o que pode ser feito, abaixo:
“Processo administrativo de duplicidade tem o objetivo de fazer com que a troca da placa e do Renavam [Registro Nacional de Veículos Automotores] do veículo original aconteça, de modo que o proprietário do veículo fique livre de todas essas infrações que estão caindo sobre o veículo dele”, diz.
Moocicleta de morador em Sumaré (SP) é clonada por criminosos, e promotor de vendas recebe multas e até notificação de apreensão do veículo.
Reprodução/EPTV
Paula reitera que, apesar da efetividade, esse tipo de processo dentro do Detran costuma ser demorado, e o período para o cliente se ver longe do problema pode ser longo. “O ideal é buscar a justiça movendo uma ação judicial de obrigação de fazer para que o Dentran promova o andamento desse processo administrativo e faça a troca da placa e do Renavam para o cidadão”, finaliza Paula.
Identificação e punição
O coordenador de monitoramento da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Nilvando Rezende, explica que os equipamentos de fiscalização conseguem identificar as adulterações e, quando isso ocorre, as informações são compartilhadas com as equipes que fiscalizam as ruas.
“Quando nós identificamos que há uma placa adulterada, nós pegamos esse registro e encaminhamos para o setor de inteligência da Guarda Municipal para que eles possam fazer a identificação desse veículo, a abordagem, através do monitoramento que eles fazem”, detalha o profissional.
Campinas registra 4,67 placas de motocicletas clonadas entre julho de 2024 e junho neste ano, diz Emdec
Reprodução/EPTV
Multas e apreensão
Fora da metrópole, a caixa de correios de Adailton de Oliveira segue cheia de multas, mesmo com a motocicleta parada na garagem do morador de Sumaré (SP), há dois anos. A placa da moto dele foi clonada.
Deste então, Adailton já recebeu ocorrências vindas de Mogi das Cruzes (SP), São Paulo (SP), Mascote (BA), Ponta Grossa (PR) e Apiaí (SP), onde a motocicleta chegou a ser apreendida pela polícia.
“Como essa moto está circulando, com a placa está constando o meu nome. Numa ocasião dessa, a polícia vem no meu endereço. Você vê que o seu veículo foi clonado, e chega a polícia atrás de você na sua casa, [e você] não tem nada a ver. [O criminoso], sei lá, matou alguém, roubou alguma coisa por aí, e eu vou ter que se justificar de uma coisa que eu não fiz”, conta Adailton.
Motocicleta de morador em Sumaré (SP) é clonada por criminosos, e promotor de vendas recebe multas e até notificação de apreensão do veículo
Reprodução/EPTV
Adailton comprou a motocicleta para ir até o trabalho. Entretanto, com a clonagem, o promotor de vendas passou a usar a moto do sobrinho.
“Eu comprei a moto para trabalhar, e aí tive que estar tomando uma moto emprestada do meu sobrinho para eu estar se deslocando de casa para o trabalho, e do trabalho para casa. Atrasou a minha vida em tudo praticamente”, explica.
Campinas registra 4,67 placas de motocicletas clonadas entre julho de 2024 e junho neste ano, diz Emdec
Reprodução/EPTV
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