O micro-ondas é um aliado indispensável na cozinha moderna. Ele aquece rapidamente as sobras, prepara lanches em minutos e descongela alimentos com praticidade. Mas, como em qualquer forma de aquecimento, alguns nutrientes podem se perder no processo. O caso do alho é um bom exemplo.
O alho é famoso por seus benefícios à saúde graças aos compostos de enxofre, especialmente a alicina. Esse composto é formado quando o alho cru é cortado ou amassado, sendo responsável pelo aroma característico e por propriedades antimicrobianas. Porém, a alicina é sensível ao calor e se degrada facilmente no cozimento — seja no fogão, no forno ou no micro-ondas. Por isso, adicionar alho cru picado no final de uma receita é a melhor forma de preservar parte de suas propriedades.
Folhas verdes como espinafre, rúcula e até a beterraba são ricas em vitaminas e nitratos. O calor prolongado pode reduzir vitamina C e folatos, nutrientes delicados. Embora exista a possibilidade de formação de nitritos durante o reaquecimento, em condições normais de cozinha isso não representa um risco relevante para adultos saudáveis. A principal recomendação é evitar vários ciclos de aquecimento para minimizar perdas.
O mesmo vale para a batata: ela fornece vitamina C, potássio e fibras, mas a vitamina C, em especial, é sensível ao calor e ao ar. Ao reaquecer, parte dela se perde, mas não a ponto de transformar a batata em um alimento “sem valor”. Já a preocupação com acrilamida não se aplica a micro-ondas ou sopas, mas sim a frituras e assados em temperaturas muito altas.
Com o arroz, o cuidado não está no micro-ondas, mas no armazenamento. O grão pode conter esporos da bactéria Bacillus cereus. Se o arroz cozido ficar fora da geladeira por muitas horas, esses esporos podem liberar toxinas que não são eliminadas ao reaquecer. Por isso, o ideal é guardar o arroz rapidamente em recipientes rasos e consumir em até dois dias.
Cogumelos e aipo, por sua vez, podem perder sabor e textura ao serem reaquecidos, mas não oferecem riscos relevantes quando armazenados e aquecidos corretamente. As mudanças são mais sensoriais do que nutricionais.
No fim, o micro-ondas não é um vilão — muitas vezes, por usar menos água e menos tempo de cozimento, ele até preserva mais nutrientes do que o fogão. O segredo está em variar os métodos de preparo, consumir os alimentos frescos sempre que possível e armazenar as sobras de forma adequada. Assim, praticidade e nutrição podem andar juntas no dia a dia.
Esse Esqueça o micro-ondas: o alimento que perde quase todos os nutrientes quando reaquecido foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.
