
Presença de suposto puma deixa Viamão em alerta
O Ibama e o Comando Ambiental da Brigada Militar investigam a possível presença de um puma em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A suspeita surgiu após ataques a cães e cavalos em uma propriedade na zona rural do município, perto do limite com Alvorada.
No sítio, a proprietária, que também é protetora de animais, afirma que nove cachorros e quatro cavalos já foram atacados. Os cães morreram. Ela diz ainda que os ataques já haviam ocorrido anteriormente, mas que neste ano se tornaram mais frequentes.
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Na última sexta-feira (15), as autoridades ambientais fizeram a primeira visita ao local. Os agentes confirmaram que encontraram pegadas e marcas de garras nas baias onde ficam os animais.
De acordo com a capitã Brenda da Silva Alves, do Comando Ambiental, as equipes técnicas reforçaram que os indícios ganharam mais consistência após a análise.
“Havia pegadas e ranhuras próximo ao local, nas baias onde os cães dormem. Então, indícios e, principalmente, a questão dos ataques dele sem se alimentar reforçam a suspeita de que seja um felino de maior porte ensinando a sua prole a caçar”, afirmou.
Câmeras com armadilhas fotográficas foram instaladas para tentar registrar o animal. A orientação é que moradores mantenham cães, gatos e cavalos em locais fechados, especialmente entre o fim da tarde e noite.
A capitã tranquiliza a população sobre ataques a humanos:
“Um ataque sem antes uma atuação do ser humano é muito raro, extremamente raro. Então, a orientação à população é, primeiramente, reforçar que a caça e a captura de uma espécie silvestre é crime, Orientamos a mantes os seus animais domésticos, domesticados, sejam eles equinos, cães, gatos, em locais mais cercados, com menos acesso ao ambiente externo”.
O objetivo dos órgãos ambientais é que o animal possa voltar para unidades de conservação, como a Área de Preservação Ambiental (APA) do Banhado Grande e o Parque Estadual do Itapuã.
Ibama investiga possível presença de puma em Viamão; animal teria deixado marcas em parede
Reprodução/CABM
Felino ameaçado
O puma concolor, também conhecido como onça-parda, leão-baio ou suçuarana, é o segundo maior felino das Américas e está ameaçado de extinção no Rio Grande do Sul. Ele pode pesar 70 kg, consegue viver tanto em florestas como em campos. Possui hábitos principalmente noturnos e se alimenta de presas como lebres, tatus, veados e até capivaras.
A prefeitura de Viamão disse que não vai divulgar a localização da área monitorada por questões de segurança. A medida também é defendida pelo Ibama e pelo Comando Ambiental para evitar a presença de caçadores e de curiosos.
Nota do Ibama:
“O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que, após receber informações sobre avistamento de uma puma/onça-parda próxima a propriedade rural no município de Viamão (RS), a equipe da autarquia vistoriou a área acompanhada de uma equipe do Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar, ocasião em que obteve melhores informações acerca da ocorrência.
O Ibama segue monitorando a área, mantendo contato com os moradores e dando suporte e orientações necessárias, e analisa o caso com o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema/RS) e instituições de pesquisa como o Instituto Pró-Carnívoros, o Projeto Felinos do Pampa e Geoffroy’s Cat Working Group, parceiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em caso de avistamento de onça, a população deve comunicar às autoridades competentes, como o Comando de Polícia Ambiental da Brigada Militar, pelo telefone (51) 3288-2740.”
Nota da prefeitura de Viamão:
“A Prefeitura de Viamão informa que não há nenhuma informação oficial do IBAMA a respeito da situação mencionada. Até o momento, o órgão federal apenas comunicou que irá averiguar os fatos, sem emitir qualquer parecer técnico ou conclusão.
Ressaltamos que as informações divulgadas até agora são suposições e não refletem nenhuma posição oficial de instituições competentes.
Não será divulgado detalhes sobre a localização da área, a fim de evitar a presença de caçadores e qualquer tipo de interferência indevida no local.
A Prefeitura acompanha o caso e se coloca à disposição para colaborar com os órgãos responsáveis, prezando sempre pela transparência e pela legalidade.”
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