Carcinoma basocelular: conheça o câncer diagnosticado na atriz Fernanda Rodrigues

A atriz Fernanda Rodrigues, conhecida por novelas como A ViagemAlma Gêmea e Por Amor, usou as redes sociais nesta segunda-feira, 18, para anunciar que precisará passar por uma nova cirurgia para tratar de um carcinoma basocelular (CBC), um ano após ter realizado o procedimento pela primeira vez.

Em 2023, quando recebeu o diagnóstico desse tipo de câncer de pele, a atriz percebeu uma mancha em sua testa. Na época, ela procurou atendimento médico e passou por um procedimento para retirar o carcinoma. Recentemente, no entanto, ela percebeu que a lesão reapareceu.

Vou ter que operar de novo. Vida que segue. Conheço pessoas que já passaram por cinco, seis cirurgias. Preciso me cuidar e me proteger cada vez mais.

Relata Fernanda em Vídeo

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De acordo com Veridiana Pires de Camargo, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer, o carcinoma basocelular é um tipo de câncer que se origina nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme.

O quadro, segundo a oncologista, representa cerca de 70% a 80% dos casos de câncer de pele não melanoma e afeta principalmente pessoas de pele clara, mas também pode ocorrer outros perfis. “É considerado o câncer de pele mais comum no mundo porque está fortemente associado à exposição solar acumulada ao longo da vida, algo muito frequente em todas as populações”, destaca.

“Apesar de sua alta incidência, o CBC costuma ter crescimento lento e raramente provoca metástase. Mas pode causar destruição local se não tratado”, adiciona.

Sintomas e fatores de risco

Os sinais iniciais mais comuns incluem feridas na pele que não cicatrizam, carocinhos ou nódulos perolados (às vezes com pequenos vasos visíveis), manchas ou áreas rosadas de crescimento lento e feridas que sangram com facilidade ou formam crostas repetidamente.

Os locais mais comuns de aparecimento do câncer são as áreas expostas ao sol: rosto (nariz, pálpebras, orelhas), couro cabeludo calvo, pescoço, ombros e braços.

Os principais fatores de risco, segundo Veridiana, incluem:

  • Exposição solar, sobretudo sem proteção;
  • Uso de câmaras de bronzeamento;
  • Ter pele, olhos e cabelos claros;
  • Idade avançada (embora esteja aumentando entre jovens)
  • Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele
  • Ter sistema imunológico enfraquecido (como ocorre entre transplantados ou pessoas em tratamento com imunossupressores);
  • Exposição à radiação ionizante e a agentes químicos, como o arsênio.

“As principais medidas de prevenção são evitar exposição solar excessiva, especialmente entre 10h e 16h, usar roupas de proteção (chapéus, óculos escuros e camisas de manga longa) e aplicar protetor solar de amplo espectro (FPS 50 ou maior) diariamente, reaplicando a cada duas ou três horas”, detalha a oncologista.

Uma dica importante é realizar autoexames da pele. Ou seja, observar mudanças em pintas, manchas ou feridas. Também é indicado fazer visitas periódicas ao dermatologista, principalmente no caso de indivíduos com risco aumentado. “Pessoas de pele clara ou com histórico familiar precisam de cuidados mais rigorosos e vigilância dermatológica regular”, reforça Veridiana.

O uso do protetor solar é imprescindível, mas não é suficiente para prevenir totalmente o carcinoma. A oncologista também recomenda as seguintes ações complementares:

  • Buscar sombra sempre que possível;
  • Evitar bronzeamento artificial;
  • Usar barreiras físicas de forma consistente (chapéus de aba larga, roupas especiais com proteção UV);
  • Manter um estilo de vida saudável para garantir o pleno funcionamento do sistema imunológico.

Diagnóstico e tratamento

De acordo com a oncologista, o diagnóstico costuma ser feito por meio de um exame completo da pele, realizado por dermatologistas, com uso da dermascopia. Trata-se de uma lente especial que permite ao profissional identificar o tipo do tumor.

“Na suspeita de tumor de pele, o dermatologista vai fazer uma biópsia, que consiste na retirada de um fragmento para análise de um outro profissional, que é o patologista. Ele confirmará o diagnóstico do tipo de câncer de pele”, ensina Veridiana.

O principal método de tratamento é a cirurgia para a retirada do tumor. Ela é feita com anestesia local, e a dor e o desconforto são considerados mínimos. Segundo informações da Skin Cancer Foundation, a cirurgia micrográfica de Mohs tem a maior taxa de cura, de cerca de 98%, e ainda preserva a maior quantidade possível de tecido saudável.

Segundo a médica, em alguns casos, outras estratégias podem ser adotadas:

  • Curetagem e eletrocoagulação: para lesões pequenas e superficiais;
  • Terapia fotodinâmica: uso de luz especial após aplicação de substância fotossensível;
  • Cremes tópicos: em casos superficiais;
  • Radioterapia: quando cirurgia não é possível;
  • Medicamentos sistêmicos: em casos muito avançados ou metastáticos, embora sejam raros.
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