Israel aprova convocação de 60 mil reservistas para tomar Cidade de Gaza e ignora proposta de cessar-fogo

O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, aprovou nesta quarta-feira (20) o plano para tomar a Cidade de Gaza, a maior do território palestino, e ordenou a mobilização de 60 mil reservistas para a ação.

O gabinete de segurança comandado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, autorizou no início do mês um plano para tomar militarmente a cidade e os campos de refugiados da área. O governo israelense diz buscar ainda tomar o controle de toda a Faixa de Gaza, libertar os reféns e desarmar o Hamas.

A ordem ignora a proposta de trégua apresentada pelos mediadores do conflito – Catar e Egito –, que ainda aguardam a resposta do governo israelense. O Hamas se pronunciou na segunda-feira (18), aceitando a proposta, que estabelece cessar-fogo de 60 dias e a libertação dos reféns em duas etapas.

O plano contempla a libertação de dez reféns vivos e a devolução dos restos mortais de 18 falecidos, além de negociações para pôr fim à guerra. Os demais cativos seriam libertados após uma segunda fase de negociações, segundo fontes do Hamas e da Jihad Islâmica consultadas nesta quarta-feira.

Um alto funcionário israelense informou que o gabinete de Netanyahu “não mudou” sua política e que segue “exigindo a libertação” de todos os reféns de uma vez, “em conformidade com os princípios fixados” para pôr fim à guerra.

Israel tomou 75% do território palestino

Desde o início do conflito – que escalou para um genocídio – o exército israelense tomou cerca de 75% do território palestino. Com o plano de invasão da Cidade de Gaza, as violências contra os moradores da área devem se acentuar, de acordo com a avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesta quarta-feira, o Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos advertiu que a decisão de Israel de assumir o controle total da Cidade de Gaza e deslocar à força sua população levará a massacres de civis e à destruição de infraestrutura essencial.

A Defesa Civil palestina informou que nesta quarta 21 pessoas morreram em ataques e disparos israelenses. Informações da ONU indicam que, nas últimas duas semanas, foram registrados 54 ataques a prédios residenciais e quarteirões inteiros na Cidade de Gaza. Nesses atos, foram assassinados pelo menos 87 palestinos, incluindo até 25 crianças, 24 homens e 12 mulheres.

“Até 2026”

Nos últimos dias, Israel intensificou os ataques aéreos e operações terrestres na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados. Os bairros de Zeitun e Al Sabra são alvos de intensos bombardeios, segundo os moradores.

Nesta quarta, um comandante militar afirmou que as incursões acontecerão em novos locais. “Alguns destes locais são zonas nas quais não operamos anteriormente, onde o Hamas ainda mantém capacidade militar”, detalhou. A operação “vai continuar até 2026”, antecipou a rádio militar.

*com informações da AFP.

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