
Chefe de milícia que atua na Baixada negocia armas, faz cobranças e dá ordens de dentro da cadeia, diz MP
A investigação do Ministério Público sobre a milícia que atua em Nova Iguaçu e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, aponta que eles ameaçavam e até matavam quem se negasse a pagar as taxas impostas pela quadrilha. Três foram presos em operação nesta quarta-feira (20). O MP diz que o chefe do grupo criminoso dava as ordens de dentro da cadeia.
O MP diz que as cobranças eram semanais a comerciantes, motoristas de vans, mototaxistas e empresas de internet e TV a cabo. Um áudio obtido pela investigação do Gaeco mostra um dos denunciados fazendo ameaças na hora de cobrar a taxa.
“Ele tem que pagar. Ou ele paga com a vida, ou ele paga com um tiro no olho, ele vai se virar, filho. Manda o número dele pra mim, fala que o diabo quer falar com ele. Eu vou deixar eles tudo com a barriga aberta, parceiro, e vou arrancar a cabeça, pode avisar a eles ai”, afirma.
A investigação aponta ainda que mototaxistas que rodam por aplicativo são proibidos de circular na área controlada pelos criminosos.
Em uma conversa por aplicativo, um dos denunciados diz: “depois que quebrar um no pau vai diminuir”.
“Quebrar as motos e a cara”, responde outro.
Jefferson Constant Jasmim, conhecido como Deco ou 01 e apontado como chefe do grupo criminoso, está preso em Bangu 9, onde ficam os envolvidos com milícias. Ele é condenado a 30 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver.
Um áudio obtido pela investigação mostra ele negociando uma pistola.
“Essa pistola aí, irmão, o maluco não aceita pra pegar o restante na semana que vem, não? A gente dá R$ 5 mil a ele agora e R$ 2 mil semana que vem. Ele não aceita não?”, questiona.
Jefferson Constant Jasmim, conhecido como Deco ou 01
Reprodução/TV Globo
O procedimento investigatório criminal instaurado pelo Gaeco também constatou que o grupo disputava território com outras milícias, como as lideradas por João Teixeira dos Passos, o Jota da Grama, e Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão.
A Secretaria de Administraçaõ Penitenciária informou que Deco foi transferido na tarde desta quarta para Bangu 1, penitenicária de segurança máxima e está em cela individual.
Outros três presos, suspeitos de ligação com a mesma quadrilha, foram isolados preventivamente.
Sobre apreensões, a Seap disse que desde o início do ano foram retirados de circulação 91 celulares de Bangu 9.
A TV Globo não conseguiu contato com a defesa dos presos.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 RJ no WhatsApp