Moradores de Águas Claras, em Viamão (RS), iniciaram na manhã desta quinta-feira (21) um acampamento de resistência em defesa das aguas subterrâneas, iniciativa que pretende chamar atenção para os impactos da exploração hídrica pela Aegea/Corsan na região. A concentração começou por volta das 7h, com a montagem de barracas no local.

O objetivo da mobilização é denunciar o risco de extração intensiva do aquífero da região e dialogar com a comunidade sobre os efeitos desse modelo de captação. Durante o acampamento, serão realizados turnos de vigília e distribuição de materiais informativos para os moradores.
Segundo os organizadores, a proposta é manter uma presença constante na área para reforçar a resistência ao projeto e ampliar a visibilidade da pauta. A ação se soma a outras manifestações já realizadas em Águas Claras desde julho, quando comunidades locais iniciaram protestos contra a concessão de outorga para uso das águas subterrâneas.
A mobilização acontece em meio a críticas ao modelo de gestão privada da Corsan, hoje sob responsabilidade da Aegea, que pretende ampliar a captação subterrânea para abastecimento urbano e industrial. Moradores e entidades ambientais alertam que a retirada em larga escala pode comprometer a disponibilidade de água e impactar ecossistemas locais.

O acampamento também busca fortalecer a articulação com movimentos sociais, sindicatos e coletivos ambientais, para pressionar órgãos públicos e ampliar o debate sobre a gestão hídrica no Rio Grande do Sul.
O caso vem sendo acompanhado por organizações de defesa do meio ambiente e por pesquisadores, que apontam a necessidade de transparência nos estudos de impacto e de maior participação social nas decisões sobre uso dos aquíferos.
O Brasil de Fato entrou em contato com a empresa Aegea/Corsan para retorno sobre as denúncias e aguarda retorno.
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