Cinema Sem-Teto exibe documentário sobre direito à cidade na Ocupação Elza Soares

No próximo sábado (23), às 17h30, a Ocupação Elza Soares, na região do metrô Ana Rosa, em São Paulo (SP), recebe a décima exibição pública do documentário Um Lugar na Cidade, como parte da programação do Cinema Sem-Teto, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A sessão tem entrada gratuita e contará com pipoca para o público. Quem puder, pode contribuir com um quilo de alimento para a cozinha solidária da ocupação.

Segundo o diretor do filme, o professor Gabriel Silvestre, da Universidade de Newcastle, a sessão deste sábado marca um momento importante da circulação do filme: “Essa vai ser a primeira exibição realmente aberta ao grande público no Brasil, fora do meio acadêmico e dos movimentos. É uma chance de conversar com outras pessoas sobre o que significa lutar por uma cidade diferente.”

Além do longa, será exibido o curta Provisório, gravado na Ocupação Vila Nova Palestina, também do MTST. Após as exibições, haverá debate com os diretores e integrantes da coordenação do movimento.

A Ocupação Elza Soares fica na rua Gaspar Lourenço, 19.

Documentário discute o direito à cidade em experiências latino-americanas

Dirigido por Gabriel Silvestre, Um Lugar na Cidade parte das ideias do filósofo francês Henri Lefebvre para abordar como comunidades urbanas na América Latina enfrentam desafios como o deslocamento forçado, a segregação urbana e a desigualdade de gênero. A proposta é discutir o direito à cidade não apenas como acesso à moradia, mas como participação ativa na construção de espaços urbanos mais justos.

O filme de 60 minutos percorre três experiências em Rosário (Argentina), Santiago (Chile) e Belo Horizonte (Brasil). Em Rosário, o foco está na resistência a um projeto de condomínio fechado, que resultou na regularização fundiária e na elaboração participativa de um plano diretor local.

Em Santiago, o documentário mostra como um grupo de moradores se organizou de forma autônoma para construir moradia popular no centro da cidade, rompendo com a lógica de expulsão para as periferias. Já em Belo Horizonte, a experiência é com antigas brigadas populares, hoje parte do MTST, e sua atuação em territórios da periferia da capital mineira.

“O documentário é o produto de uma pesquisa internacional que estudou novos movimentos sociais e práticas urbanas populares. A ideia é mostrar como esses grupos estão criando alternativas concretas e coletivas à exclusão urbana nas cidades latino-americanas”, explica Silvestre ao Brasil de Fato.

O projeto faz parte da pesquisa internacional Territórios Contestados, financiada pela União Europeia, com participação da Universidade de Newcastle, da Universidade de Buenos Aires e da Universidade do Chile. A coprodução é com a organização argentina Fundación Ciudades sin Miedo.

Segundo o diretor, a sessão deste sábado marca um momento importante da circulação do filme: “Essa vai ser a primeira exibição realmente aberta ao grande público no Brasil, fora do meio acadêmico e dos movimentos. É uma chance de conversar com outras pessoas sobre o que significa lutar por uma cidade diferente.”

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