Tarcísio admite disputar Presidência em 2026 e mantém aberto plano de reeleição em SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou a admitir a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2026, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Até então categórico em descartar a hipótese, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma que a prioridade é buscar a reeleição no governo paulista, mas reconhece que pode concorrer ao Planalto caso seja convocado pelo líder da extrema direita.

A mudança no discurso ocorre em meio a ajustes de comunicação e à ampliação da agenda do governador, que intensificou viagens pelo interior de São Paulo, inclusive nos fins de semana, para entregar obras e anunciar investimentos. Ao mesmo tempo, Tarcísio tem participado de eventos do setor financeiro e encontros com empresários, nos quais apresenta sua visão sobre o país e faz críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a legislação, caso decida entrar na disputa presidencial, Tarcísio será obrigado a deixar o cargo em abril de 2026. A preparação antecipada busca evitar que ele parta do zero em uma eventual campanha nacional, garantindo tempo para consolidar discurso e articulação política.

A indefinição do governador sobre o futuro mantém em aberto os dois cenários: disputar a reeleição em São Paulo ou tentar se viabilizar como principal nome da direita bolsonarista na corrida pelo Palácio do Planalto.

Governadores tentam ocupar vácuo deixado por Bolsonaro e atraem ataques do clã

Na Festa do Peão de Barretos, realizada no sábado (23), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) dividiu o palco com Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG), num gesto de articulação da direita em torno de uma candidatura competitiva contra Lula em 2026.

O encontro faz parte de uma estratégia construída com o ex-presidente Michel Temer (MDB), que busca lançar diversos nomes no primeiro turno e unificá-los no segundo, diante da ausência de Jair Bolsonaro (PL), preso desde julho.

A tentativa de se colocar como alternativa ao ex-presidente não passou despercebida pelo clã Bolsonaro. Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com ataques nas redes, chamando os governadores de “ratos” e “canalhas”, e acusando-os de oportunismo. Em Barretos, Tarcísio tentou demonstrar fidelidade simbólica ao levantar brevemente um boneco inflável de Bolsonaro, mas logo o escondeu. No discurso, falou em “humilhação” e “injustiça” contra o ex-presidente, sem citar diretamente seu nome.

A ausência de Michelle Bolsonaro, cogitada para o evento, e as falas de Zema e Caiado sobre “união no segundo turno” reforçaram o isolamento da família Bolsonaro nesse campo da direita. Tarcísio, que se equilibra entre manter apoio entre bolsonaristas e agradar setores liberais da elite econômica, como o agronegócio e a Faria Lima, foi ovacionado no evento.

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